O centro de Porto Alegre (RS) amanheceu vazio devido a grande adesão à greve geral de diversas categorias, como bancos, escolas e universidades, comércios e justiça do trabalho. Além disso, em todo o estado, foram bloqueadas diversas estradas.
Na madrugada desta sexta-feira (28), a BR 290 nos sentidos interior-capital, próximo a Ponte do Guaíba em Porto Alegre , e capital-interior, em Eldorado do Sul foram trancadas por cerca de 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), e centrais sindicais. As rodovias foram liberadas após ação truculenta do Batalhão do Choque da Brigada Militar, que lançou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes.
Ainda em Porto Alegre, foram realizadas mobilizações em diversos pontos da cidade, entre elas, as empresas de ônibus, a rodoviária, a prefeitura, os terminais de ônibus e o Centro Administrativo do Estado. Não há circulação de ônibus e trens para o transporte público na região Metropolitana de Porto Alegre nesta sexta-feira.
Cedenir de Oliveira, dirigente estadual do MST, avalia que a greve geral está sendo uma das maiores mobilizações dos últimos anos, tanto no Brasil, quanto em seu estado: “É um dia histórico pra classe trabalhadora brasileira. Aqui no Rio Grande do Sul, talvez seja das maiores mobilizações que ocorreram nesses últimos anos: os transportes públicos todos parados, as rodovias paradas, muitas categorias aderindo à greve; todos com muita força, com muita rebeldia para que possamos barrar as medidas neoliberais do governo golpista [de Michel Temer]”.
Estado mobilizado
A BR-290 também foi trancada na altura do município de São Gabriel, onde cerca de 500 trabalhadores do campo e da cidade distribuíram panfletos.
Em frente à empresa de transporte Marisul, localizado em Marau, na região Planalto Central do Rio Grande do Sul, sindicatos metalúrgicos de Marau, de Tapejara e de Passo Fundo junto ao Acampamento Terra e Vida do MST, realizaram um piquete.
Em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, cerca de 4 mil integrantes de movimentos populares e centrais sindicais realizaram uma caminhada da Praça Getúlio Vargas até a agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS,) no Centro, onde ocorreu um ato contra a reforma da Previdência. À tarde ocorreu uma audiência pública sobre o tema no auditório da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Em Candiota, cerca de mil e duzentas mil pessoas trancaram o trevo de acesso ao município, na BR 293.
Em Alegrete, na região Oeste do RS, cerca de 150 Sem Terra trancaram a ponte de acesso à cidade, na BR 290. Também teve caminhada até a Praça Central da cidade.
Edição: Simone Freire