Diversas cidades do estado do Pará aderiram à greve geral desta sexta-feira (28). Em Belém (PA), as ações começaram ainda de madrugada. Cerca de 50 mil pessoas participaram da marcha convocada por vários movimentos e sindicatos. Diversos pontos estratégicos da capital paraense foram fechados, como o trecho da Alça Viária, a BR 316, e as avenidas Almirante Barroso (próximo ao bairro de São Braz), Augusto Montenegro e Presidente Vargas.
Segundo a integrante do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense, Domingas de Paula Martins Caldas, que participa das manifestações em Belém, a greve de hoje é histórica. "Eu comecei na luta com 17 anos, agora tenho 64 e estou indignada. Foram muitos anos que nós lutamos para obter uma conquista mínima para as mulheres, e hoje com uma canetada de uma criatura irresponsável, se quer matar o povo de fome, trazer a miséria de volta para nosso país. Nós somos contra [as reformas] e por isso nós estamos nas ruas".
A surpresa do dia foi que parte dos rodoviários, que não aceitaram o acordo com o sindicado patronal, negociado na quinta-feira (27), aderiram à greve. Os motoristas se mobilizaram parando os ônibus e furando os pneus, bloqueando, assim, o acesso de uma das principais avenidas de Belém, a Almirante Barroso.
Já no interior do estado, em Altamira, cerca de 3 mil pessoas de diversos sindicatos, associações de moradores e movimentos populares estão marchando nas ruas. Em Canaã dos Carajás, a concentração começou às 8:30 na feira do produtor. Movimentos da cidade e do campo também protestaram pela cidade contra as medidas do governo golpista de Michel Temer (PMDB) e contra a violência no campo, que assombra a região do sudeste do Pará. Às 10h, a manifestação chegou ao Centro da cidade.
A concentração da greve geral no município de Marabá foi em frente ao prédio do INSS, que fica às margens da rodovia Transamazônica. A manifestação segue a dinâmica de paralisar por dois minutos o trânsito e liberar os veículos por 10 minutos.
A organização da greve se deu no Fórum em Defesa dos Direitos Trabalhistas e da Previdência, que é composto por diversas organizações políticas, sindicatos, lideranças populares e movimentos do campo.
Edição: Mauro Ramos