Em Londrina, norte do Paraná, cerca de 20 mil pessoas participaram de manifestação contra a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista. Segundo a organização do evento, categorias de 32 sindicatos paralisaram totalmente as atividades. As manifestações iniciaram ainda de madrugada, quando centrais sindicais bloquearam as saídas dos ônibus das garagens.
A partir das 10h, a população londrinense começou a se concentrar em frente ao terminal urbano de ônibus. Em seguida, em passeata pelos calçadões do centro da cidade, o "Fora Temer" e outras palavras de ordem contra a retirada de direitos ecoaram pela cidade.
“Esse é um momento único da história, em que os projetos de nação estão sendo confrontados. É um momento e que os direitos trabalhistas e constitucionais estão sendo rompidos para fortalecer as transnacionais”, disse Josemar Lucas, ator e educador de Londrina que esteve nas manifestações desta sexta-feira (28).
Arnaldo Vicente, da direção estadual da APP Sindicato, avalia a mobilização como a maior dos últimos anos na cidade, e frisa a pluralidade dos participantes. “A representação foi muito forte, com todo tipo de categoria de trabalhadores. Foi um momento muito expressivo. A sociedade londrinense este representada aqui no calçadão de Londrina”, concluiu.
Para Maria Lucimar Pereira, servidora pública, o cenário atual do Brasil exige participação e consciência de todos os trabalhadores: “Esse momento é extremamente necessário e urgente para garantir a continuidade dos direitos sociais e trabalhistas, duramente conquistados pelos trabalhadores. Nossos direitos não foram ganhos, eles foram conquistados. Por isso é necessário vigilância para que eles não sejam tomados”.
Trabalhadores do transporte
Os trabalhadores do transporte coletivo de Londrina aderiam à greve e mantiveram os ônibus nas garagens na manhã desta sexta-feira (28). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Londrina, as linhas retomariam a circular a partir das 12h.
Os empresários do transporte chegaram a conseguir quatro liminares para que os ônibus circulassem com 70% da frota nos horários de maior demanda e 50% ao longo do dia. Porém, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) derrubou as liminares às 23h desta quinta-feira (27). O TRT decidiu ainda que as varas comuns não poderão deliberar individualmente acerca do tema, dessa maneira, o trâmite ações deve ocorrer somente em Curitiba.
Edição: Ednubia Ghisi