Golpe

"Não vou me curvar diante do jornalismo de guerra praticado pela Globo", diz Dilma

Em nota, ex-presidenta eleita criticou perseguição midiática promovida pelas Organizações Globo a ela e a Lula

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff em viagem para Monteiro (PB) para participar da “Inauguração Popular da Transposição do São Francisco"
Ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff em viagem para Monteiro (PB) para participar da “Inauguração Popular da Transposição do São Francisco" - Ricardo Stuckert

A ex-presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT), criticou, neste sábado (13), a perseguição midiática promovida pelas Organizações Globo a ela e ao ex-presidente Lula (PT) em sua cobertura diária.

De acordo com a ex-presidenta, o "jornalismo de guerra" promovido contra os ex-presidentes "fere de morte a liberdade de imprensa", uma vez que não respeita a diversidade de opinião e a Justiça.

"Fazem verdadeiros linchamentos, tentando destruir a biografia e a imagem de cidadãos e cidadãs. Nesse processo, julgam sem toga e promulgam sentenças sem direito de defesa", disse Dilma em nota publicada em seu site oficial.

Neste sentido, a petista argumentou que a Rede Globo busca construir uma espécie de poder Judiciário por meio de seus formadores de opinião, sem quaisquer garantias da Justiça ou base no Estado Democrático de Direito.

No texto, Dilma também defendeu que o objetivo por trás da cobertura do Grupo Globo — maior conglomerado de mídias da América Latina — é um controle ainda maior dos meios de comunicação, "para impor um pensamento único: o seu".

A ex-presidenta, afastada há um ano por um processo de impeachment, concluiu dizendo que não se curvará à intimidação. "Não vou me curvar diante dessas ameaças e muito menos do jornalismo de guerra praticado pela Globo. Nem a tortura me amedrontou."

Leia abaixo a nota de Dilma na íntegra:

"O jornalismo de guerra promovido contra mim e o presidente Lula é a prova de que a escalada autoritária contaminou radicalmente os formadores de opinião pública, como Merval Pereira, que hoje sugere, no Globo, a minha prisão.

A cobertura das Organizações Globo, defendendo o justiçamento de adversários políticos, quer substituir o Judiciário – e todas as demais instâncias operadoras do Direito – pelo escândalo midiático. Julgam e condenam.

Buscam se constituir numa espécie de poder judiciário paralelo sem as garantias da Justiça, base do Estado Democrático de Direito. Fazem, assim, verdadeiros linchamentos, tentando destruir a biografia e a imagem de cidadãos e cidadãs. Nesse processo, julgam sem toga e promulgam sentenças sem direito de defesa.

Ferem de morte a liberdade de imprensa pois não respeitam a diversidade de opinião e a Justiça. Selecionam alvos e minimizam malfeitos. Seu único objetivo é o maior controle oligopólico dos meios de comunicação, para impor um pensamento único: o  seu.

Em outros tempos, em outros países, tais práticas resultaram na perseguição  política e na destruição da democracia levando à escalada da violência e do fascismo.

Não adianta a intimidação. Não vou me curvar diante dessas ameaças e muito menos do jornalismo de guerra praticado pela Globo. Nem a tortura me amedrontou.

Repito o que tenho dito, dentro e fora do país: o Golpe de 2016 não acabou. Está em andamento. Não foi contra o meu governo, apenas. Foi contra o povo brasileiro e o Brasil. Está sendo executado todos os dias pela Globo, pelo governo golpista e todos que tentam desesperadamente consolidar o Estado de Exceção e a destruição de direitos.

Não vão me calar!"

Edição: Camila Rodrigues da Silva