Apenas até as 22h desta quarta-feira (17), o nome de Michel Temer havia sido mencionado 947.418 vezes no Twitter. “O efeito mais devastador é a total hegemonia persuasiva de perfis que são mais independentes da polarização política (amarelos x vermelhos). Há um festival de memes sobre o tema, que vem sendo o modo brasileiro de ridicularizar o governo Temer/Aécio”, afirma o professor Fábio Malini, do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenador do Laboratório de estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic), em sua página no Facebook.
Malini avaliou tuítes colhidos entre as 22h de terça-feira (16) e 22h desta quarta-feira. O professor explica que os usuários do Twitter “abusam de co-tweets, retuitando até mensagens antigas de Eduardo Cunha” e afirma que as hashtags de maior volume são #DiretasJá, #ForaTemer e #JornalNacional.
O comportamento das redes indica que os operadores do mercado, patrocinadores do golpe que inviabilizou o governo Dilma, e a imprensa comercial, liderada pelo grupo Globo, terão trabalho para impor sua tese. Desde ontem à noite, e com mais intensidade na manhã de hoje, comentaristas da emissora se esforçam em vender a “solução constitucional” (que não interessou no afastamento de Dilma), que prevê a realização de eleições indiretas por este Congresso Nacional em caso de afastamento de Temer.
Para isso, os operadores da continuidade do golpe terão de superar o clamor por soluções democráticas, com a convocação imediata de eleições diretas. Os movimentos sociais, por sua vez, se empenham em fortalecer o movimento das ruas e retirar da Globo e do mercado o protagonismo da condução da política do país, devolvendo à sociedade.
Edição: Rede Brasil Atual