Movimentos populares apostam que o Ocupa Brasília, série de ações que estão agendadas para quarta-feira, no Distrito Federal, será ainda mais decisivo, após as denúncias contra o presidente golpista Michel Temer, do PMDB.
Nesta semana, foram divulgados áudios que supõem que Temer teria dado aval aos donos da empresa JBS para silenciar o ex-deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB.
A mobilização contra a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, que inclui uma marcha e um ato político na capital federal, já estava agendada antes do escândalo.
Mas Josué Rocha, do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, afirma que o calendário de manifestações está mantido. Para ele, agora os atos ganham contornos pelas diretas já e contra uma saída conservadora, que seriam as eleições indiretas
"A gente não pode aceitar. Por isso, a ida para Brasília, além do caráter para barrar de uma vez essas reformas, ela vai ser decisiva para exigir a saída do Temer e eleições diretas", afirmou Rocha.
Para Ricardo Gebrim, da Consulta Popular, o Ocupa Brasília ganha muita força com a luta pelas diretas já. Ele acredita que esta é a bandeira que pode oferecer uma saída política democrática para a profunda crise política.
"Dia 24 ganha uma relevância extraordinária com essa conjuntura. Ele vai ter um papel decisivo. É o momento de fortalecê-lo, massificá-lo e levar o máximo possível de ônibus de toda a parte. A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais, é reunir 100 mil pessoas em Brasília", afirmou Gebrim.
A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais e frente Povo Sem Medo, é reunir 100 mil pessoas em Brasília.
Delegações pernambucanas, por exemplo, vão participar das manifestações. Paulo Rocha, do Sintepe, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, afirma que as mobilizações dão continuidade à Greve Geral, realizada no dia 28 de abril.
"É importante fazermos um Ocupa Brasília com a quantidade que expresse a nossa indignação e a força de luta da classe trabalhadora", diz Rocha.
Além de Brasília, paralisações e mobilizações também são esperadas em outros estados neste domingo e também na quarta-feira.
Edição: Daniela Stefano