Coluna

Esquema oligarca golpista se arma para continuar enganando incautos

Imagem de perfil do Colunistaesd
Presidente golpista Michel Temer em pronunciamento oficial no último sábado (20)
Presidente golpista Michel Temer em pronunciamento oficial no último sábado (20) - Agência Brasil
Grupo luta com todas as forças para manter Meirelles na condução da economia

Depois da divulgação das conversas, na calada da noite, entre o presidente Michel Temer e o proprietário da JBS, Joesley Batista, fica claro como os oligarcas golpistas pretendem seguir adiante. O grupo luta com todas as forças ao seu alcance para manter Henrique Meirelles na condução da economia, juntamente com outros burocratas dos mais diversos escalões, para dar continuidade às reformas em curso, perniciosas para os trabalhadores.

Na verdade os oligarcas decidiram se descartar de Temer, porque a sua presença passou a ser desnecessária e colocam em dúvida a capacidade do presidente dar andamento ao projeto econômico conduzido pelo Ministro da Fazenda Henrique Meireles. As críticas não são propriamente devido a condições morais que podem ser depreendidas com a proximidade de Temer com Joesley. Se fosse isso, os protagonistas midiáticos comerciais do golpe de 2016 se voltariam também contra Meireles, ex-funcionário de uma das empresas da JBS. Joesley entende que como ex-patrão de Meireles poderia convencê-lo de conceder facilidades à sua empresa e até mesmo sugerir nomeações no governo. Mas por via das dúvidas foi pedir o respaldo de Temer, como se observa no áudio de Welsey já liberado.

Não é à toa também que os oligarcas que se apossaram do governo estão a todo o momento insistindo, em caso de vacância da Presidência, na eleição indireta pelo Congresso, já surgindo, segundo a Folha de S.Paulo, até o nome do Senador Tasso Jereissati, do PSDB como possível indicado para ocupar o lugar de Temer. O PSDB mandou seus ratos, ou melhor, Ministros ainda não deixarem os cargos. O aviso partidário foi dado porque alguns integrantes do governo Temer manifestarem o desejo de abandonar o barco.

A citação do roedor rato se deve ao fato de os Ministros se comportarem exatamente iguais aos ratos, que ao sentirem que o barco está afundando, como o do governo Temer, são os primeiros a pularem fora. A cúpula do PSDB, no entanto, pediu um tempo em aguardo ao desenrolar dos acontecimentos, vislumbrando inclusive a possibilidade, embora remota, de uma eventual reviravolta, ou seja, Temer continuar merecendo a confiança do setor.

Essa hipótese não é totalmente descartável, até porque nos bastidores pode ocorrer algum acordo que permita manter o combalido Temer, mas desde que o projeto econômico não sofra nenhum tipo de ameaça.

Para os oligarcas, o maior receio é que vingue a proposta das Diretas-já e com isso correrem o risco de por fim ao projeto em curso que leva o Brasil a andar para trás e voltar a ser novamente uma colônia nos moldes anteriores a 1930.

Tudo é possível acontecer, sobretudo pelo fato de a política brasileira estar no pé em que está com figuras como o próprio Temer e seus aliados, entre eles o presidente atual da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e outros dessa estirpe.

É dose para elefante o que o povo brasileiro está a enfrentar atualmente. O episódio JBS & Temer & Meireles é uma pequena mostra, até porque podem estar próximas novas bombásticas revelações comprometedoras contra os próprios golpistas de 2016, o que está ocasionando um desentendimento entre seus integrantes.

O esquema é tão pesado e surpreendente que já há analistas admitindo a possibilidade de que o episódio envolvendo Temer & Meireles e o Senador Aécio Neves pode ser apenas um esquema que no fundo objetiva a condenação do candidato presidencial Luis Inácio Lula da Silva de uma forma que não se diga que apenas políticos do PT são condenados na Lava Jato.

Resta então aguardar o desenrolar dos acontecimentos na área política e observar até que ponto Aécio, Temer, Serra e demais investigados em graves denúncias de corrupção, como Rodrigo Maia e o ex-motorista e atual Ministro Aloysio Nunes Ferreira vão mesmo virar réus ou serão liberados dessa condição.

Vale assinalar que podem estar ocorrendo nos bastidores trâmites secretos no sentido de reorganizar o esquema de dominação, sem que a opinião pública seja informada. Em outras palavras, tais arranjos entre os oligarcas ocorrem exatamente em momentos de crise, como atravessa neste momento o Brasil.

A receita para enfrentar essas situações é a organização para que as ruas do país sejam ocupadas por manifestantes que querem ser ouvidos. E para que isso aconteça é necessário continuarem as manifestações populares exigindo Diretas-já. E sugerir aos organizadores que se previnam contra a ação de mascarados provavelmente contratados por setores que fazem de tudo e muito mais para evitar o crescimento das manifestações populares.

Na última dessas manifestações ocorridas nesta quinta-feira (18) no Rio de Janeiro ficou claro que o aparecimento de mascarados na Cinelândia, quase ao final da passeata vinda da Candelária, a partir do momento da soltura de um rojão ocorreu a senha para a PM preparar a repressão e cinegrafistas e fotógrafos ficarem a postos na captação de imagens a serem apresentadas nos telejornalões e fotos nos jornalões do dia seguinte.

A melhor forma de demonstrar e comprovar tais acontecimentos é realizar jornalismo investigativo. Como a mídia comercial não fará isso, inclusive correriam o risco de se auto- incriminar sugere-se que jornalistas independentes o façam. Se isso ocorrer e se desvendar o esquema desmoraliza-se o a farsa montada pelos oligarcas para esvaziar as manifestações. Algo indispensável neste momento para que o mundo político entenda o recado da voz rouca das ruas do Oiapoque ao Chuí.

Ah sim, no meio da mais recente crise fica claro também como age o departamento de propaganda do governo golpista de Temer. Repetem a cada momento a técnica de Joseph Goebbels, do setor de propaganda do III Reich nazista, segundo a qual uma mentira repetida inúmeras vezes acaba virando verdade. A palavra de ordem é “informar” que a economia melhora, mas a recente crise pode fazer afetar à recuperação. Na mídia comercial conservadora o certo é dizer que só falta a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária para a economia melhorar de vez, mas agora sempre lembrando que a crise política pode acabar com a melhoria.

Edição: ---