Petróleo

Tentativa de furto causa vazamento em oleoduto e Repar corre risco de parar

Caso a Refinaria de Araucária (PR) não seja abastecida até esta quarta-feira (24), há chance de paralisação da operação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Caso não chegue petróleo à Repar até esta quarta-feira (24), o refino corre sério risco de parar
Caso não chegue petróleo à Repar até esta quarta-feira (24), o refino corre sério risco de parar - Sindipetro PR

Uma tentativa de furto de combustível no oleoduto Ospar, na região de Itapoá (SC), na manhã desta segunda-feira (22), causou o vazamento de petróleo cru. Os ladrões furaram o duto, mas a alta pressão os assustou e eles fugiram do local, deixando o óleo jorrando.  

Cerca de 50 trabalhadores terceirizados, com caminhões e maquinários, foram contratados pela Petrobrás para atuarem na contenção e drenagem do produto. Já foram coletados aproximadamente 30 mil litros de petróleo, distribuídos em três caminhões tanque.  

Segundo informações preliminares, o petróleo se espalhou pelo solo e vegetação. No local tem um pequeno banhado, que está sendo isolado com barreiras. A cerca de 1,5 km também existe um rio e a equipe de emergência trabalha para evitar que o óleo chegue até lá em caso de ocorrência de chuva. 

O oleoduto Ospar bombeia petróleo que chega ao Terminal de São Francisco do Sul (SC) para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Sua extensão é de 117 km e seu diâmetro é de 30 polegadas. 

Repar pode parar a produção
Segundo avaliação do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR), um erro de programação de gestão da refinaria, associado com o mau tempo que vem prejudicando a atracagem de navios no Terminal de São Francisco, deixou a carga de produção em nível muito baixo. O problema pode ser agravado com a perfuração do oleoduto, que interrompeu o bombeamento. Caso não chegue petróleo à Repar até esta quarta-feira (24), o refino corre sério risco de parar. 

Mário Dal Zot, presidente do Sindicato, classifica como absurdo o fato e que a gestão da Repar não consiga administrar o estoque. “Tal problema leva a suspeição para além de mera e costumeira incompetência dos gestores. A refinaria tem problema crônico de falta de efetivo de trabalhadores e a operação em carga baixa nos dá margem para acreditar em manobra administrativa entreguista. Tudo isso cheira a sucateamento e privatização”.

Edição: Ednubia Ghisi