A sede do Partido dos Trabalhadores (PT) Paraná foi alvo de um novo ataque na madrugada de quarta para quinta-feira (25). Por volta das 4h da manhã, duas pessoas encapuzadas atiraram coquetéis molotov na casa onde funciona a estrutura administrativa do partido, em Curitiba. Um dos artefatos quebrou a janela e atingiu uma das salas mas não provocou maiores danos, enquanto o outro não chegou a ultrapassar a janela. Este é o quarto atentado registrado pela organização desde março do ano passado.
O presidente estadual do PT no Paraná, Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha, anunciou que terá um encontro com o secretário estadual de segurança pública, ainda na manhã desta quinta-feira (25), para pedir providências e uma apuração conclusiva sobre a tentativa de incêndio. “Vamos ao secretário de segurança para levar a nossa preocupação e pedir uma investigação profunda, porque eu não posso admitir esse tipo de intolerância”, assegurou o dirigente.
De acordo com ele, é “muito grave” a tentativa de incêndio contra a sede de um partido. "Como há pessoas que não toleram o pensamento distinto, diferente do dele, que não tolera outra ideologia e coloca em risco a vida das pessoas?". Ele diz lamentar o ocorrido, pelos riscos causados ao patrimônio e aos documentos que estavam no local. Mas se preocupa com outras repercussões do ato. "E os vizinhos que são moradores, que estão dormindo e vivem aqui? Pode ter uma catástrofe com um incêndio atingindo essas residências”.
O presidente do PT no Paraná também avalia que a tentativa de incendiar a sede de um partido, atitude típica de movimentos fascistas, deve ser investigada, para que não sejam registrados outros casos em outras entidades. "Vou dar um exemplo: Quando romperam o sigilo da fonte - como aconteceu com o Eduardo Guimarães - alguns acharam correto porque ele é de esquerda. Agora foi com o Reinaldo Azevedo. Então eu acho que a Secretaria de Segurança Pública deve se preocupar sim e investigar a fundo, buscar quem está fazendo isso e punir. Porque se hoje é contra o PT, amanhã vai ser contra qualquer outro partido”, relacionou.
Violência reiterada
O novo ataque é mais um capítulo da violência contra instituições e partidos em Curitiba, sobretudo as com ligações com movimentos sociais. Em março do ano passado, durante o processo que culminou na retirada da presidenta Dilma Rousseff da Presidência da República, o partido foi vítima de três atentados e um outro caso,que de início pareceu assalto a mão armada. Contudo, há dúvida dos dirigentes sobre a real motivação do crime.
A sede da Centra Única dos Trabalhadores do Paraná, no mesmo período, foi alvo de três ataques no tempo de uma semana. Pedras, tintas e foguetes que formavam uma bomba caseira foram lançados contra a sede da entidade. Todos os ataques ocorreram durante a noite ou na madrugada.
Edição: Franciele Petry Schramm