Quem pensa que serviços de reparos domésticos, obras, pintura e manutenção hidráulica são trabalhos exclusivos dos homens está muito enganado. A pedreira Geisa Garibaldi, 33 anos, é uma das mulheres que prova o contrário. Desde 2015, ela criou a Concreto Rosa, uma empresa que presta esses serviços no Rio de Janeiro. Ao lado de Geisa, outras quatro mulheres provam que trabalho pesado também é coisa de mulher.
Geisa, que tem o mesmo sobrenome da heroína sulista Anita Garibaldi, começou a trabalhar como pedreira depois que decidiu encontrar um emprego que desse mais satisfação.
“Já trabalhei como recepcionista, fui cuidadora de idosos, fiz faxina, vendi esfirra na praia. Sempre ralei o mês inteiro para ganhar uma merreca que mal pagava o aluguel. Me sentia muito infeliz, até que uma amiga me mostrou o anúncio de um curso de pedreiro para mulheres”, conta.
Mas o curso só oferecia 70 vagas e Geisa não foi aceita de cara. Teve que insistir muito e quando uma pessoa desistiu, ela entrou no lugar. Lá, encontrou mulheres com histórias parecidas com a sua. A maioria era negra, chefe de família e cansada do mercado de trabalho hostil. Hoje, grande parte das clientes de Geisa também são mulheres.
“Quando chego nos prédios, os porteiros se assustam. Não confiam em uma mulher para fazer serviço pesado. Parece até uma afronta pessoal. Mas eu não abaixo a cabeça, respondo no mesmo tom e faço meu trabalho. Mesmo assim estou muito satisfeita. Converso com minhas clientes, trocamos experiências. Aprendo muito com cada uma delas”, conclui.
Edição: Vivian Virissimo