Os trabalhadores da Plasit (Plataforma Sindical das Fábricas Têxteis) estão em greve no Haiti desde o dia 1º de maio. Eles ocuparam as ruas e fecharam a estrada para Aeroporto Internacional Toussaint Louverture, em Porto Príncipe.
A principal reivindicação é o reajuste do salário mínimo de 350 gourdes (que equivale a US$ 5,50) por dia para 800 gourdes (US$ 12,60), subsídios para refeição, transporte e habitação, e que as metas de produção não aumentem proporcionalmente ao reajuste.
Recebendo 300 gourdes, ou seja, menos de US$ 5 por dia, o trabalhador haitiano tem o menor salário mínimo do hemisfério ocidental.
A mobilização envolveu funcionários das fábricas Sewing International, SA (SISA), Pacific Sport, Vai Ayiti, H & H Textiles e Palm Apparel.
Crise
A situação dos trabalhadores haitianos está cada vez mais difícil e precária. O aumento do preço dos produtos petrolíferos encarece o custo de vida e faz com que as condições de vida no país sejam cada vez piores.
Guerchang Bastia, do partido haitiano PEP RASIN KAN (Encontro dos Socialistas para uma Iniciativa Nacional Nova), que está construindo a greve junto aos trabalhadores, afirmou que até o momento os grevistas não obtiveram respostas.
"A gente espera o Conselho Superior de Salários decidir a questão do reajuste, pois ela é a instituição legal que deve se pronunciar sobre o aumento", afirmou Bastia.
No dia 23 de maio alguns trabalhadores voltaram a seus empregos. No entanto, muitos ainda permanecem em greve. Nesta data, uma ação truculenta da polícia contra os sindicalistas deixou feridos.
Segundo a Rapid Response Network, uma trabalhadora de 52 anos foi brutalmente espancada pelos policiais e faleceu. A reportagem não conseguiu confirmar o fato com autoridades locais ou fontes independentes.
Edição: Camila Rodrigues da Silva