A agricultora Sanuza Mota mantém horto com 68 variedades de plantas no Assentamento Zumbi dos Palmares
"Temos artemísia, manjericão roxo e o branco, temos poejo, hortelã, levante, menta, alecrim, erva-doce, arruda, capim limão, cidreira, citronela."
Todos esses tipos de plantas podem ser encontradas no horto que a agricultora Sanuza Mota mantém no Assentamento Zumbi dos Palmares, no município de São Matheus, no Espírito Santo.
É onde ela cultiva mais de 68 variedades de plantas medicinais e desenvolve pesquisa com sementes crioulas de milho.
“Eu tenho a semente crioula do milho catete sabugo fino e a semente crioula do milho fortaleza. O milho fortaleza foi desenvolvido lá na região mesmo, é adaptado ao clima. E com essa situação da seca tem demonstrado ótimo desempenho de produtividade com espigas bonitas.
Sanuza faz parte do setor de produção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Ela participa do movimento desde 1986, quando, aos 14 anos, participou da segunda ocupação de terra organizada pelo movimento no Espírito Santo.
As sementes crioulas produzidas por Sanuza passaram de geração para geração e foram se melhorando naturalmente ao longo dos anos.
São elas que livram os agricultores dos pacotes tecnológicos das grandes empresas do agronegócio, como explica Sanuza.
“O milho que você geralmente compra nas agropecuárias para plantar que está em torno de R$ 25 até R$ 40 o quilo de milho para plantar. Ele é, na grande maioria, geneticamente transformado, é transgênico. A gente quer, a cada dia, buscar nos alimentar saudavelmente. Para que eu possa comer uma comida a base de milho, que amido de milho é um energético, para que eu consiga comer com tranquilidade, eu tenho que plantar a semente crioula.”
Atualmente, 88% das plantações de milho usam sementes transgênicas, segundo dados coletados pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos.
Além disso, o cultivo de milho é que mais utiliza agrotóxico no Brasil. Só perde para a soja.
Edição: Camila Maciel