Cinco mil pessoas de mais de 40 países estiveram presentes na abertura da Conferência Mundial dos Povos, "Por um mundo sem muros, rumo à cidadania universal", apresentada pelo presidente boliviano, Evo Morales. O evento começou nesta terça-feira (20) e terminou nesta quarta (21), na cidade de Tiquipaya, em Cochabamba, na Bolívia.
Convocada pelo governo e pelos movimentos sociais da Bolívia, a conferência contou com a presença de delegados de organizações sociais, defensores dos direitos dos imigrantes, acadêmicos, juristas e autoridades governamentais de diferentes partes do mundo. Além das organizações sociais e referências políticas de diversos países, estiveram presentes o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
Na inauguração da conferência, o presidente boliviano fez referência à iniciativa do presidente estadunidense, Donald Trump, de construir um muro na fronteira com o México e a outros temas vinculados à solidariedade entre os povos.
Ao tomar a palavra, Evo Morales denunciou que "os países que provocam as guerras são os mesmos que fecham as portas e constroem muros para impedir que aqueles que fogem dos conflitos encontrem um lugar seguro", em alusão aos Estados Unidos. "Temos direito à cidadania universal", afirmou o líder boliviano, que fez um chamado a "construir a fraternidade mundial, a paz, e recuperar a esperança."
"Estamos convencidos de que é possível: na Bolívia criamos e nos reconhecemos como um estado plurinacional, que acolhe igualmente todas as nações da nossa terra", assegurou.
Além disso, o presidente recordou aos participantes da conferência que a declaração universal dos direitos humanos estabelece que toda pessoa tem o direito de circular livremente e escolher seu território de residência. "Por esse motivo não pode existir nenhum ser humano ilegal no mundo, sem liberdade, sem cidadania", criticou.
Por outro lado, enumerou os problemas relacionados com a mudança climática, a desigualdade social, a falta de energia, a carência de água e alimentos, assim como os conflitos armados e as guerras. "A família humana vive a pior crise humanitária desde 1945", disse Morales, ao repassar os dados de organismos internacionais sobre migração.
Edição: Vanessa Martina Silva | Tradução: Luiza Mançano