Coluna

Presidente ilegítimo usa estratégia de que a melhor defesa é o ataque

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Temer deve ter sido aconselhado por algum marqueteiro que a melhor defesa é o ataque
Temer deve ter sido aconselhado por algum marqueteiro que a melhor defesa é o ataque - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ocupante do Palácio do Planalto insiste na tese de que o Brasil está nos trilhos

O ocupante ilegítimo do Palácio do Planalto insiste na tese de que o Brasil está entrando nos trilhos. Que trilhos? Temer não se manca e a cada dia que passa mais vai se incriminando, como ficou claro ao tentar se defender das graves acusações do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Temer reuniu sua curriola parlamentar e foi apresentado em vídeo para a opinião pública. Não convenceu quem tem um mínimo de consciência. Para muitos piorou a sua situação com o que disse e somado ao gestual mais do que ridículo.

Ao incriminar Janot insinuando que ele teria recebido grana de um ex-auxiliar demonstrou que ao utilizar a estratégia de melhor defesa é o ataque, poderá, se Janot quiser, ter que provar a acusação e se não o fizer ter agravada a sua situação. Temer se diz vítima de grupos interessados em desestabilizar o seu governo e prejudicar a economia. Parole, parolle e sem conseguir responder as acusações levantadas por Janot. Temer deve ter sido aconselhado por algum marqueteiro que a melhor defesa é o ataque, mas deixou sem resposta a explicação inicial de como recebeu na calada da noite um gangster, segundo o próprio presidente, como Joesley Batista.

Trocando em miúdos, a cada dia que passa o ocupante ilegítimo do governo federal vai se enredando e terá de responder judicialmente todas as acusações. Está tentando desesperadamente convencer a sua base aliada na Câmara dos Deputados da necessidade de  impedir que autorize a continuidade do processo no Supremo Tribunal Federal.

O ilegítimo antes de partir furiosamente para o ataque precisa responder acusações de Janot, mesmo que as considere “mera ficção”. No ano passado, em sessão que envergonhou os brasileiros, deputados autorizaram a continuidade da ação de impeachment contra Dilma Rousseff, posteriormente confirmada pelo Senado. E tudo na base de uma armação política que teve a colaboração do meliante Eduardo Cunha. Assumiu Temer que está levando adiante uma política econômica que não deu certo em lugar nenhum do mundo.  Ele foi galgado à Presidência da República exatamente para fazer o que está fazendo juntamente com o seu Ministro da Fazenda Henrique Meireles. E com o agravante de que está sendo acusado de corrupção passiva, e outras graves denúncias que surgem a cada instante.

Independente do que venha acontecer, se será julgado ou não, uma coisa é certa, Temer é um cadáver político que, se conseguir se manter no cargo, continuará sendo fustigado por setores que o ajudaram a virar presidente e agora não querem mais, por entenderem que ele não tem mais condições de levar adiante o projeto lesivo aos interesses da maioria do povo brasileiro, parte dele ainda anestesiado pela diária manipulação da informação provocada pelos jornalões e telejornalões.

Com Temer ou sem ele, é fundamental que pelo menos a parte da sociedade civil não anestesiada continue a mobilização contrária ao que está sendo feito pelo governo.

Se Temer for detonado, podem imaginar Rodrigo Maia ocupando a Presidência da República mesmo por 180 dias e até convocar eleição indireta?  Essa é a proposta dos defensores do projeto neoliberal derrotado pelo menos quatro vezes nas urnas. E o Brasil ainda corre o risco de o Congresso desmoralizado eleger o próprio Maia na falta, pra eles, de outra opção.

Realmente é muita desgraça junta. Os brasileiros não mereciam tamanho retrocesso, seja com a continuidade de Temer ou com uma eleição indireta. Só resta mesmo a opção de uma escolha direta pelo povo, mas elegendo alguém que se comprometa a revogar todo o entulho neoliberal colocado em prática pela patota de Michel Temer. É o mínimo e deve ser um compromisso de honra para mostrar a quem está ocupando indevidamente o governo que  não aceita de jeito nenhum o feito neste pouco  mais de um ano.

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