Populações indígenas reclamam de dificuldades para obter os esclarecimentos necessários a respeito das decisões do governo federal sobre estudos de empresas subordinadas ao Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com os povos Kayabi, Munduruku e Apiaká, da região da Bacia do rio Teles Pires, no Pará e Mato Grosso, eles não são ouvidos e esclarecidos o suficiente para que possam estabelecer com autonomia as prioridades específicas de cada povo nos Planos ou Projetos Básicos Ambientais Indígenas (PBAIs).
As etnias sofrem com empreendimentos licenciados, como os impactos causados pelas empresas UHE Teles Pires, Companhia Hidrelétrica Teles Pires e Empresa de Energia São Manoel (em fase de construção).
As reivindicações foram apresentadas, entre os dias 30 de maio e 2 de junho, no Primeiro Seminário de Avaliação Final dos PBAIs.
Uma das principais preocupações dos grupos indígenas reside na gradativa diminuição de peixes como jaú, mantrinxã, pacu e piau, além da qualidade da água.
Há ainda o prejuízo imaterial de locais sagrados destes povos. As Corredeiras de Sete Quedas, que contêm urnas de seus ancestrais, foram submersas pela empresa Usina Hidrelétrica Teles Pires.
O Ministério Público Federal abriu inquérito civil, em março deste ano, para fiscalizar o cumprimento dos PBAIs da Usina Teles Pires e a de São Manoel.
Edição: Rute Pina