Todos os anos o Festival Folclórico de Parintins narra a mesma história, mas sempre de um modo diferente. Uma lenda deu origem ao evento: A mãe Catirina está grávida e sente o desejo de comer língua de boi, especificamente o preferido do amo, o rico fazendeiro onde seu marido Pai Francisco trabalha.
Para agradar a esposa, Francisco mata o animal. Quando o patrão descobre, ele é capturado. Um médico é chamado e confirma a morte do boi. Para trazer a vida de volta ao bicho, o amo chama um padre, que no festival é representando por um pajé.
Com seus rituais, ele consegue ressuscitar o animal e isso vira motivo de festa. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados pelo amo do boi.
Cada ato dessa lenda é representado durante as três noites de apresentações que também exaltam a cultura, a riqueza, os povos tradicionais e a biodiversidade da Amazônia.
Em, 2017, o tema do Boi Garantido, vencedor da edição passada, será Magia e Fascínio no Coração da Amazônia. Edwan Oliveira, membro da Comissão de Arte do Boi-Bumbá Vermelho e diretor de arena, destaca a mensagem que será passada ao público.
“Nós vamos apresentar no primeiro ato a criação da Amazônia, a Amazônia mágica, fascinante, bela, com todos os mitos lendários e tudo aquilo que rodeia os mistérios da grande floresta. Em um segundo momento, vamos falar dessa Amazônia que começa a ser degradada, com a chegada do colonizador, do branco que escraviza o índio, que rouba as nossas riquezas, que destrói a nossa mata. O terceiro ato é a nossa amazônia como ela está hoje: abatida, sofrida, porém ainda bela, mágica. Ainda há tempo de conscientização, da gente preservar para outras gerações este paraíso maravilhoso que nós ganhamos de presente”.
Já o Caprichoso traz como tema “A poética do imaginário caboclo”, como explica Erick Nakanome, coordenador do Conselho de Arte do Boi Azul.
“O projeto Caprichoso não nasce de uma fantasia, não nasce de um devaneio, nasce de uma realidade: contar a história da arte cabocla. Vamos contar em três atos. E a gente vai iniciar contando a história da cultura do protagonista de toda a nossa dramaturgia: o caboclo da amazônia. Nós vamos contar as influências que o caboclo teve em sua formação, como a cultura cabocla foi forjada e momentos que fundaram a história de Parintins e a construção daquilo que nós apresentamos hoje no festival.”
Edição: Radioagência Nacional