Na manhã desta sexta-feira (30), a fazenda de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura entre abril de 2010 e agosto de 2011, foi ocupada em ação simbólica coordenada pelo MST e pela Frente Brasil Popular (PBP), que reuniu 150 sem-terra.
A ocupação fez parte das ações desta sexta-feira (30) realizada em todo o Brasil contra a reforma trabalhista e da Previdência do governo golpista de Michel Temer (PMDB), e ocorreu logo após o mesmo grupo realizar um trancamento na rodovia Anhanguera, próximo ao quilômetro 312.
Em nota, o MST afirmou que a ocupação ocorreu para "denunciar enriquecimento ilícito de Wagner Rossi e a forma como políticos corruptos agem, dilapidando o Estado e favorecendo as empresas."
Em maio, durante delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, afirmou ter recebido um pedido de Michel Temer (PMDB) para pagamento de "mensalinho" no valor de R$ 100 mil a Wagner Rossi.
O presidente golpista é considerado padrinho de Rossi desde o início de sua vida política em 1980. Inclusive teria chegado ao cargo de Ministro da Agricultura no governo Dilma por pedido do então vice-presidente.
Rossi se afastou do cargo de ministro em 2011, depois de ser acusado de corrupção e favorecimento da empresa Ouro Fino, na região de Ribeirão Preto. Na época, o então ministro foi visto utilizando o jatinho particular da Ouro Fino.
Kelli Mafort, membro da Coordenação Nacional do MST, afirma que a carreira política de Wagner Rossi é cercada de denúncias. "Ainda na década de 1990, ele foi acusado de perdoar a dívida de 99 empresas junto ao INSS, numa atitude de favorecimento que custou cerca de R$ 136 milhões aos cofres públicos", relembra.
Neste momento, os manifestantes estão em frente ao teatro Dom Pedro II realizando ato político junto com demais movimentos populares para também denunciar Duarte Nogueira, prefeito do município pelo PSDB, um dos operadores do escândalo de corrupção da merenda escolar, que envolve também o deputado estadual Baleia Rossi, filho de Wagner Rossi. Há denúncias de que Duarte Nogueira recebeu cerca de R$ 650 mil em caixa dois da Odebrecht para sua campanha no ano de 2014.
"Todas as ações de hoje denunciam que Ribeirão Preto é uma terra de políticos corruptos que enquanto enriquecem, paralisam a reforma agrária", finaliza Mafort.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque