Essa semana o Brasil viveu mais um triste capítulo da história da política nacional. Michel Temer (PMDB) tornou-se o primeiro presidente da República em exercício denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Levantamento do Instituto Ipsos divulgado nesta quinta-feira (29) mostra que apenas 2% dos brasileiros aprovam o governo de Temer. A pesquisa também revelou que 84% reprovam o governo do PMDB, considerando a gestão ruim ou péssima. Além disso, 95% dos entrevistados opinam que o país está no rumo errado. Foram ouvidas 1.200 pessoas em 72 municípios brasileiros durante os dias 1 e 16 de junho.
Para repercutir essa rejeição, o Brasil de Fato foi às ruas do centro do Rio ouvir o que os trabalhadores pensam sobre Temer e a situação política do país.
“É primeira vez na história que um presidente responde por um crime comum. O que estamos vivendo no Brasil não é normal. Além disso, Temer está fazendo um péssimo governo, ele quer as pessoas trabalhem até morrer, assim não vão poder se aposentar”, diz o Augusto Ximenes, balconista de lanchonete.
Já a gari Simone Gomes afirma que a vida ficou mais difícil depois que Temer assumiu o governo. “Temer tem que sair, senão o país vai afundar ainda mais. O pessoal reclamava do governo Dilma, mas entrou uma pessoa pior, que só está favorecendo gente de dinheiro. Para os pobres as coisas pioraram muito. Tirou os recursos de financiamento da casa própria para nós, que temos baixa renda. Está tudo mais difícil”.
Para o vendedor ambulante Carlos José da Silva, Temer deveria renunciar. “Acho que Michel Temer deveria ter saído há muito tempo, ele tem que renunciar. Acredito que ele é culpado de tudo o que está sendo acusado, principalmente dessa história da mala de dinheiro envolvendo seu assessor. As provas estão aí e são muitas”, ressalta o trabalhador.
Contexto
Em abril deste ano, e ex-assessor de Temer e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi filmado, saindo de um restaurante em São Paulo, com uma mala contendo R$ 500 mil. Temer também foi gravado em conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS. De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esse dinheiro era parte de uma propina para favorecer a JBS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Acusado de cometer corrupção passiva, Temer deu uma declaração na terça-feira (27), mas não esclareceu os fatos. Durante o pronunciamento esteve rodeado apenas por parlamentares do baixo clero do Congresso, sem nenhum nome de grande influência. O que pode ser interpretado como um sinal de fragilidade do seu governo.
Edição: Vivian Virissimo