Com 46 votos a favor e 19 contra, o plenário do Senado aprovou na tarde desta terça-feira (4) requerimento de urgência para votação do projeto de "reforma" trabalhista, o que ocorrerá na semana que vem, provavelmente no dia 12. O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), informou que o PLC 38 entrará na ordem do dia de amanhã, para discussão.
A oposição insistiu na suspensão do projeto, argumentando que o presidente Michel Temer está sendo denunciado pela Procuradoria-Geral da República. "Ele pode não ser presidente daqui a 15 dias. Estamos discutindo uma reforma trabalhista aceitando um acordo com esse presidente", disse o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ). A bancada governista conseguiu manter o texto como aprovado na Câmara, para agilizar a tramitação, e afirma que Temer mandará medida provisória "corrigindo" alguns pontos.
Segundo Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), há uma "unanimidade" na Casa quanto à necessidade de promover mudanças no texto. "Não há uma alma neste Senado Federal, uma senadora, um senador, que tenha coragem de defender o projeto na íntegra", afirmou.
Ela voltou a criticar o relator nas comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que "simplesmente abriu mão de sua tarefa e passou a recomendar ao presidente da República que promovesse alguns vetos e editasse medidas provisórias". Segundo a senadora, na carta-compromisso encaminhada na semana passada Temer "apenas enrola".
"Esse projeto não vai gerar um emprego a mais", disse Lindbergh. "Criamos 22 milhões de empregos com essa legislação", acrescentou. "Só a base do governo apresentou 85 emendas", lembrou Paulo Paim (PT-RS).
Edição: Rede Brasil Atual