Delações

"Aécio provou do próprio veneno", diz Gleisi Hoffmann sobre acusações contra senador

Afastado desde 18 de maio, o peessedebista voltou à Casa nesta terça (4)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O senador Aécio Neves retorna ao senado, depois de mais de 50 dias afastado
O senador Aécio Neves retorna ao senado, depois de mais de 50 dias afastado - Lula Marques/ Agência PT

A senadora Gleisi Hoffmann (PT) discursou na última terça-feira (4) sobre a conduta do senador Aécio Neves (PSDB), que retornou nesta terça ao Senado. Eles estava afastado de suas atividades há mais de 50 dias, por decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin.

Nesta terça, ao subir à tribuna do Senado, Aécio leu um discurso em que negou ter cometido crimes, e disse ter sido vítima de “julgamentos apressados”.

“O papel de investigar, de apontar erros, de punir é fundamental para o aprimoramento de nossas instituições, mas não pode ser feito ao arrepio do nosso ordenamento jurídico”, afirmou.

Logo, também da tribuna a senadora Hoffman disse não questionar a legalidade da decisão do ministro do STF do ministro Marco Aurélio de permitir a volta de Aécio, por ser constitucional, mas expressou o seu descontentamento quanto à seletividade do judiciário, que segundo ela age de "maneiras diferentes", dependendo de quem é o investigado.

"É sobre isso que nós estamos falando, a diferença de tratamento. O tratamento que foi dado aqui, ao senador Delcídio. Eu não estou entrando no mérito das acusações, eu estou entrando no devido processo legal, que tem que ser observado. E o senador Aécio veio nessa tribuna exatamente falar do devido processo, que ele foi agredido na sua presunção de inocência, que o devido processo legal não foi observado, que ele foi vítima. Mas nós também fomos vítimas. O PT foi vítima, o Lula foi vítima, nossos dirigentes foram vítimas”, criticou a senadora. 

A decisão de Fachin ocorreu após a delação premiada de Joesley Batista, um dos donos da JBS, que revelou uma conversa gravada com Aécio em que o tucano pede R$ 2 milhões ao empresário. 

O processo no STF segue tramitando, e o Conselho de Ética do Senado deve se reunir na próxima quinta-feira para analisar o pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede), que pede a cassação de Aécio.

Edição: Mauro Ramos