Corrupção

Análise | Denúncia contra Temer será apreciada pela CCJ nesta semana

Temer é o primeiro presidente a responder por um crime comum no exercício do mandato

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Michel Temer durante pronunciamento com parlamentares que apoiam o governo após saber da denúncia oferecida pela PGR
Michel Temer durante pronunciamento com parlamentares que apoiam o governo após saber da denúncia oferecida pela PGR - Lula Marques/AGPT

O presidente golpista Michel Temer, do PMDB, parece estar cada dia mais enrolado.

As delações feitas pelos donos da JBS, empresa investigada na Lava Jato, têm dado muita dor de cabeça ao peemedebista. Depois de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República, a PGR, do Ministério Público Federal, por crime de corrupção passiva, agora ele tem sobre os ombros um processo na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Isso porque a PGR cuida do processo judicial, que é enviado ao STF, o Supremo Tribunal Federal, enquanto os parlamentares são responsáveis pelo julgamento político.

E vejam só: Temer é o primeiro presidente a responder por um crime comum no exercício do mandato. Como não poderia ser diferente, o presidente golpista nega todas as acusações.

O STF já enviou a denúncia à Câmara, então, agora, Temer precisa prestar contas com a sociedade com uma defesa no Congresso Nacional.

Esse é o rito previsto na Constituição Federal. 

Como a denúncia já foi lida no plenário da Casa, o processo agora fica a cargo da CCJ, a Comissão de Constituição e Justiça, onde ele deve ser votado pelos sessenta e seis membros do colegiado. 

Essa denúncia contra o peemedebista, no entanto, vai a plenário independentemente do resultado final na CCJ.

Mas se o placar não impede a ida da matéria a plenário, porque é importante para o governo ganhar na CCJ? 

A votação na comissão é um teste importante – tanto por uma questão de imagem, pra que ele possa se vender pra sociedade como um presidente aparentemente vitorioso quanto porque o placar na comissão já mostra como está o equilíbrio de forças dentro da Casa. 

Então, agora, o que pega são as barganhas de bastidor, típicas da velha política, que a gente nunca sabe aonde pode chegar. 

Na próxima semana, a CCJ vai começar a discutir a denúncia. E nós seguimos acompanhando.
 

Edição: Camila Maciel