As denúncias de corrupção contra empreiteiros e a suspensão dos contratos da Petrobras paralisaram a indústria brasileira. Em todo o país, obras foram interrompidas e mais de dois milhões de trabalhadores acabaram demitidos, do dia para a noite.
É claro que a corrupção precisa ser investigada. O problema é que a Lava Jato prefere punir as empresas, os empregados, enquanto muitos dos executivos corruptos estão soltos e vivem no luxo, porque fizeram a tal delação premiada.
A conta não fecha.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil estima que as obras paralisadas pela Lava Jato retiraram R$ 90 bilhões da economia nacional. O Ministério Público afirma que pretende recuperar, no máximo, R$ 38 bilhões, menos da metade do rombo causado pela operação. Sem contar a perda do pré-sal e o desperdício de mão de obra qualificada.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, calcula que a cada prisão decretada pela Lava Jato, foram destruídos 22 mil postos de trabalho. Só na construção civil, a operação custou mais de um milhão de empregos.
No caso do setor naval, por exemplo, o prejuízo é irreversível. Vários estaleiros estão paralisados porque a Petrobras teve que suspender os contratos, e não há perspectiva nenhuma de retomada. O governo Temer, na contramão do desenvolvimento, entregou o petróleo de bandeja para o mercado estrangeiro, e as obras devem ser transferidas para outros países.
A cada dia fica mais claro: quem paga a conta da operação Lava Jato é a classe trabalhadora. E os juízes e procuradores não parecem nenhum pouco preocupados com isso.
* Comentário baseado na reportagem Obra parada, trabalhador demitido: quem paga a conta da Lava Jato são os mais pobres
Edição: Camila Maciel