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Estudantes realizam ato contra cortes no Passe Livre em São Paulo

Para secundaristas, a medida vai afetar, principalmente, os beneficiários que vivem em regiões periféricas da cidade

São Paulo |

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O ato aconteceu no Viaduto do Chá, em frente a sede da Prefeitura de São Paulo.
O ato aconteceu no Viaduto do Chá, em frente a sede da Prefeitura de São Paulo. - Rute Pina

Estudantes paulistanos protestaram nesta quarta-feira contra a restrição do uso do passe livre estudantil em São Paulo. Secundaristas e universitários se reuniram na frente da Prefeitura, na região central da cidade. 
O benefício do passe livre estudantil foi concedido após os protestos de junho de 2013. Os estudantes têm direito a oito viagens gratuitas a cada 24 horas. A partir de agosto, eles terão direito ao mesmo número de viagens, mas devem realizar quatro delas no período máximo de duas horas. 
O estudante Renato Souza, de 19 anos, diz que só chegou ao local do ato por causa da gratuidade. Para ele, a medida anunciada pelo prefeito de São Paulo, João Doria, do PSDB, vai prejudicar milhares de secundaristas que possuem o benefício e, principalmente, estudantes que vivem em bairros periféricos da cidade. 
"Eu acho que isso vai restringir os espaços da periferia, tá ligado? Eu acho que a quebrada vai sofrer ainda mais. A gente já sofre com o transporte público que é precarizado, que é cheio e ruim e agora a gente tá sofrendo com o país economicamente em crise. E a gente não tem dinheiro, velho". 
A justificativa da Prefeitura para restrição é a de que muitos estudantes beneficiados com o Passe Livre trabalham, e seus empregadores não pagam vale-transporte por conta da gratuidade. A medida também vai afetar os universitários. A estudante Larissa, que preferiu não se identificar, cursa relações internacionais na PUC São Paulo, através do PROUNI, que oferece bolsas de estudos a pessoas de baixa renda. Ela usa o transporte coletivo para ir a faculdade e ao estágio, além de visitar locais para lazer. 
"Além de limitar o estudante a sala de aula - e a formação do estudante não é só isso, a gente precisa ter horas complementares, precisa ir para ir para palestras, teatro - limitar isso achando que provavelmente o estágio vai dar o VT, isso não é garantido; como eu que recebo um auxílio que não cobre tudo. Então é uma análise bem rasa e superficial, além de limitar o direito à cidade do jovem". 
Os estudantes planejam novas manifestações, caso a prefeitura não revogue a medida, segundo Emerson Santos, presidente da UPES, a União Paulista dos Estudantes Secundaristas. "A ideia é que a partir deste ato agente faça um roteiro de mobilizações e ações porque foi inclusive tático do governo apresentar essa medida no período de férias". 
Os estudantes bloquearam o Viaduto do Chá. De lá, um grupo seguiu até a Avenida Paulista, onde foi convocada uma manifestação em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a nove anos e seis meses de prisão nesta quarta-feira, pelo juiz Sergio Moro.


 

Edição: Camila Salmazio