Solidariedade

Movimentos populares, partidos e sindicatos publicam notas em solidariedade a Lula

Líderes internacionais e organizações da América Latina e Europa também enviaram mensagens de apoio ao ex-presidente

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Lula fez pronunciamento na manhã desta quinta (13), na sede do diretório do PT, em São Paulo
Lula fez pronunciamento na manhã desta quinta (13), na sede do diretório do PT, em São Paulo - Ricardo Stuckert

Movimentos populares, centrais sindicais e partidos políticos se posicionaram, por meio de notas, contra a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e 6 meses, sentenciada pelo juiz de primeira instância Sergio Moro, por suposta corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá, no litoral sul de São Paulo. 

Entidades, como a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), a Frente Brasil Popular, além de diversas organizações internacionais, demonstraram solidariedade ao ex-presidente, que afirmou, nesta quinta-feira (13) que entrará com recurso contra a sua sentença, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região em Curitiba.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou, em nota, que o “processo é iminentemente político, baseado somente em delações premiadas”. “A condenação de Lula é parte integrante e indissociável do Golpe em curso no Brasil, que no dia de ontem teve mais um capítulo deplorável: a aprovação da Reforma Trabalhista pelo Senado”.

Também em nota, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que “a condenação se deu sem nenhuma prova, confirmando o julgamento político, que vimos durante todo o processo”. “Moro se comporta como promotor e não como juiz, agindo com presunção de culpa contra Lula. Fica evidente que a sentença é uma forma de atalho judicial para retirar Lula da disputa política, no tapetão”, completa a nota. 

Já o PSOL afirmou que “no caso da condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro, no processo referente ao chamado triplex, a ação penal é frágil em termos de materialidade e provas, reforçando a tese do arbítrio e da ação persecutória que se materializou na condução coercitiva de Lula e na divulgação ilegal de áudio contendo diálogo entre Dilma e o ex-presidente, procedimento duramente repreendido pelo então Ministro do STF Teori Zavaski”.

Por meio de seu presidente, Vagner Freitas, a CUT (Centra Única dos Trabalhadores) afirmou que a sentença de Lula não tem nada a ver com justiça. “Foi apenas a tentativa de impedir Lula de disputar a presidência. Eles sabem que Lula será eleito pelo povo brasileiro. Temos que dar respostas políticas. Devemos fazer uma campanha para que o PT lance 'amanhã' a campanha para Lula presidente”.

A Frente Brasil Popular, organização que reúne movimentos populares e centrais sindicais, também se posicionou, em nota. Segundo a Frente, “desde o princípio, Moro não foi juiz, não se portou com o papel de mediação entre Lula e o Ministério Público comprovando que o ex-presidente estava sendo alvo de lawfare”.

A organização explicou ainda que o “golpe tinha como objetivo destruir qualquer possibilidade de a esquerda voltar ao poder e também acabar com as conquistas históricas do povo brasileiro.

"Lula é uma dessas conquistas. Um operário que se forjou líder na luta social e que governou para tornar o País mais justo e soberano”, diz a nota.

Outra articulação que se pronunciou em solidariedade ao ex-presidente foi a Rede de Médicas e Médicos Populares. Segundo a nota da organização, a defesa de Lula é uma oportunidade para a manutenção dos direitos daqueles “que militam por um Sistema de Saúde Universal [SUS], público, gratuito, equitativo e integral”.

Também se pronunciaram líderes de Estado como o presidente da Bolívia, Evo Morales; o ativista argentino de direitos humanos, vencedor do prêmio da Paz, Adolfo Pérez Esquivel; os partidos comunistas de Cuba, Uruguai e Equador; além de organizações como o Movimento Evita e a Corrente Peronista Descamisados da Argentina; o movimento Die Linke da Alemanha; o Movimento Aliança País, do Equador e o Fórum de Comunicação para a Integração NuestrAmérica.

Edição: Vanessa Martina Silva