O órgão responsável pela investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos no Brasil, o Cenipa, ainda espera laudos da Polícia Federal para concluir o relatório sobre a queda do avião que vitimou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que completa seis meses nesta quarta-feira (19). Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), instituição a qual o Cenipa é subordinado, não existe prazo para encerrar a investigação.
O avião em que estava Zavascki, então relator da operação Lava Jato no STF, sofreu uma queda em Paraty, litoral do Rio de Janeiro. Após a trágica morte, a relatoria da Lava Jato foi redistribuída, por meio de sorteio, para o ministro Edson Fachin. A vaga de Zavascki foi preenchida por Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça do governo do presidente golpista, Michel Temer (PMDB).
Além do ex-ministro, estavam na aeronave outras quatro pessoas, entre elas o empresário e dono do jatinho, Carlos Alberto Filgueiras, de 69 anos; a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, 23 anos; sua mãe, Maria Ilda Panas, 55; e o piloto Osmar Rodrigues, 56.
Após a apurarão dos laudos, o relatório final será traduzido para o inglês e analisado pelos órgãos internacionais National Transportation Safety Board, dos Estados Unidos, onde a aeronave foi fabricada, e o Transportation Safety Board of Canada, que fabricou o motor do avião. As análises retornarão ao Cenipa, que dará o parecer final sobre o caso.
O avião em que estava o ex-ministro era de pequeno porte, do modelo Hawker Beechcraft King Air C90. Ele tinha capacidade para acomodar até oito pessoas e decolou às 13:01 do Campo de Marte, em São Paulo (SP), caindo por volta das 13:45, a 2 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto de Paraty, próximo a Ilha Rasa.
A documentação da aeronave estava regular, com validade até abril de 2022, e a inspeção da manutenção anual era válida até abril de 2017, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ao menos uma pessoa afirma ter visto uma fumaça saindo da aeronave antes da queda e, também, segundo testemunhas, chovia muito no horário da queda.
Edição: Vivian Fernandes