O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou, nesta quarta-feira (26), abusos da Polícia Militar (PM) durante a reintegração de posse de uma área rural ocupada em Porto do Açu, São João da Barra, região norte do estado do Rio de Janeiro.
Nesta manhã, um militante do movimento e dois integrantes da Associação de Proprietários Rurais e de Imóveis de São João da Barra (
Em nota pública, o MST afirma que o despejo foi "arbitrário" e é resultado de "uma batalha jurídica que vinha se desenrolando há meses". A organização denuncia também que toda a ação da PM foi acompanhada pelos seguranças privados da empresa Sunset, empresa terceirizada que faz a vigilância do Porto do Açu.
No dia 19 de abril, camponeses, antigos proprietários das terras e integrantes do movimento reocuparam as terras foram após oito anos da desapropriação feita pelo então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em 2009.
Confira a íntegra da nota:
Queremos denunciar o abuso da polícia militar em conluio com a empresa privada SUNSET que, hoje, durante o processo de reintegração de posse ocorrida nas terras do Porto do Açu, prendeu de forma duvidosa três companheiros.
O Conflito que se arrasta desde 2009 culminou nesta manhã de 26/07 num despejo arbitrário e injusto dos agricultores da região.
Todo o processo fora acompanhado pelos seguranças privados do porto do Açu, empresa terceirizada (SUNSET), com objetivo de intimidar e constranger as famílias, que já estavam sofrendo um processo violento pelo Estado.
Diante desta perseguição pela segurança privada do Porto do Açu, o dirigente do MST, David Wigg Mendonça, e Vitor Almeida e seu pai Vilson Almeida (membros da ASPRIM - Associação dos proprietários de imóveis e moradores do Açu, Campo da Praia, Pipeiras, Barcelos e Cajueiro) foram presos "em flagrante" em uma ação conjunta entre a polícia militar e a empresa terceirizada de segurança do porto, SUNSET, contratada pela CODIN, empresa do Estado.
Trata-se de uma prisão política que revela as relações imorais das empresas privadas e o Estado, em especial com os órgãos de segurança, que hoje vem sendo usados para criminalizar os movimentos sociais.
Não aceitaremos nenhum processo penal cujo objetivo é intimidar e silenciar a luta dessas famílias por seus direitos.
Lutar não é crime!
MST-RJ
Edição: Vanessa Martina Silva