O caso de Ayotzinapa foi considerado uma das violações dos direitos humanos mais graves do México. O desaparecimento de 43 estudantes da Escola Rural Raúl Isidro Burgos foi repudiado por alguns organismos internacionais, enquanto outros se mantêm em silêncio após 34 meses.
A Organização das Nações Unidas criticou de forma contundente o acontecimento, através do relator especial contra a tortura, como também fez a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão autônomo da OEA.
O relator especial contra a tortura Juan E. Méndez realizou um relatório em 2015 sobre a violência no México, no qual denunciou que este fenômeno é generalizado no país e permanece impune.
Desde o desaparecimento dos estudantes, o governo mexicano tem silenciado o caso, impedindo a investigação dos órgãos internacionais.
A CIDH, que havia enviado membros do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) para investigar o desaparecimento dos estudantes, acusou o governo do México de ter espionado seus celulares através de um software para obstruir as acusações.
No mês passado, a Venezuela propôs debater o caso na OEA, entretanto, a organização rechaçou a proposta e decidiu não incluir a pauta nos pontos a serem discutidos na reunião da Assembleia Geral da organização.
O México é considerado um dos mais países mais violentos do mundo, com alto nível de crime organizado. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 9.916 mortes por homicídio, que continuam sem investigação.
Edição: Vanessa Martina Silva | Tradução: Luiza Mançano