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Como está a situação do Fies atualmente?

O coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação responde a questão do ouvinte

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Divulgação - Ministério da Educação
O coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação responde a questão do ouvinte

O Fundo de Financiamento Estudantil, Fies, programa do governo federal que financia a graduação de estudantes de baixa renda em universidades particulares, foi criado em 2001 e de lá para cá, foi ampliado e se tornou o responsável pelo ingresso de milhões de jovens ao ensino superior. Uma das vantagens do Fies é o prazo de pagamento da dívida, bastante extenso, e os juros baixos.

Nos últimos anos, o Fies passou por algumas mudanças em sua estrutura, afetando muitos beneficiários do programa. No Programa Falaí desta semana, o comerciante Frank, que tem seu negócio em frente a uma faculdade particular, fez a seguinte pergunta:

"Meu nome é Frank, sou comerciante e minha dúvida seria sobre o Fies. Gostaria de saber tudo sobre o Fies, quem vai ter direito ao Fies, como que vai ser elaborado essa forma de cobrança? Quem realmente vai ter direito, né."

Olá, sou Daniel Cara, sou coordenador geral da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação. Frank, sua pergunta é muito boa. Primeiro os alunos vão ter menos prazo pra poder pagar o empréstimo que eles contraíram pra poder fazer sua faculdade por meio do Fies. Com isso, o tempo de pagamento fica mais restritivo pra diminuir um problema concreto que é o problema de inadimplência. Agora, essa inadimplência ocorre também porque o Brasil tá com uma política econômica completamente equivocada, isso diminui o poder de pagamento das dívidas que são contraídas pela população. Quem pode acessar o Fies. Praticamente todos os estudantes podem acessar o Fies, mas pra eles acessarem é preciso que a faculdade se comprometa com uma série de critérios do programa do Fies agora, que mudaram recentemente. É importante observar, que o aluno que quer contrair o empréstimo do Fies, se ele corresponde aos critérios que estão na página do Ministério da Educação e na página do FNDE.

O que é importante dizer é que o Fies, de fato, é uma política que precisa ser revista, porque ele tava onerando muito o Tesouro Nacional, dava um diploma de baixa qualidade para os estudantes, porque se aceitava qualquer universidade e, mais do que isso, muitas vezes o estudante ia pro mercado de trabalho e como a qualidade do ensino superior era baixa ele não conseguia continuar no mercado de trabalho, o que gerava inadimplência. Então a presidenta Dilma começou a reformar o Fies, num caminho certo, agora o governo do presidente Temer teve uma série de atitudes em relação ao Fies, que são muito mais marqueteiras do que de fato uma revisão do programa. Agora é preciso rever o Fies e isso significa cobrar das universidades e faculdades de ensino superior privadas, mais qualidade da educação.

A lista dos candidatos pré-selecionados para o próximo semestre de 2017 já está disponível na página do programa http://fiesselecao.mec.gov.br/. São oferecidas 75 mil novas vagas para estudantes cursarem o ensino superior em instituições privadas.

Edição: Anelize Moreira