A Ceilândia, no Distrito Federal recebe até domingo (6), a terceira etapa do 1º Circuito de Feiras e Mostras Culturais da Reforma Agrária do Distrito Federal e Entorno. O evento, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocorre na Praça do Trabalhador.
A primeira etapa do circuito foi realizada em dezembro de 2016, em Planaltina (DF) e a segunda aconteceu em abril deste ano, em Formosa (GO). Na atual edição, cerca de 200 agricultores devem expor sua produção ao público.
O diferencial do Circuito está relacionado ao modelo agrícola defendido pelas organizações camponesas que participam do evento. A questão é explicada pelo produtor Adavilson Barros Sousa, do acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado em Formosa e que é composto por 500 famílias.
“Lá, nós produzimos de tudo um pouco. Batata doce, mandioca, farinha, pimentas, doces caseiros, sementes crioulas. Várias outras. É uma qualidade muito boa, sem agrotóxico, sem medo de pegar um câncer no futuro por causa de comida. Aqui é tudo produzido naturalmente, sem prejudicar a vida do ser humano”.
Marco Antonio Baratto, integrante da direção nacional do MST, expõe os motivos para a realização da Feira.
“A expectativa é grande, porque estamos na maior cidade [em termos de população] do Distrito Federal. Nós estamos reunindo cerca de 40 assentamentos e acampamentos no DF, no noroeste de Minas Gerais e do nordeste do estado de Goiás. Nós temos desde produção in natura – como hortaliças – até produtos mais elaborados de assentamentos que já estão com suas cooperativas estruturadas. 01:35 Com esse conjunto, queremos apresentar à sociedade, sobretudo das periferias urbanas, o alimento fruto da reforma agrária como ele integrador entre campo e cidade”.
Para integrar a população urbana aos produtores rurais, o evento vai além da comercialização de alimentos como explica Baratto.
“Nós estamos trabalhando com três dimensões. Não é só a econômica, ainda que ela seja central. Além dela, nós temos espaço de formação política e 3:21 o espaço da cultura. O que hoje é colocado nas cidades pela indústria cultural não contempla o que os trabalhadores vem produzindo [nessa questão]”.
As atividades formativas vão debater questões como educação popular, comunicação, conjuntura política e questões ambientais. Na programação cultural, o primeiro dia da Feira contou com a apresentação de violeiros. No último, no espírito de unir campo e cidade, o espetáculo contará com a presença de grupos de rap.
A entrada para o evento, que vai das 9h às 23h, é gratuita.
Edição: Simone Freire