Com atividades culturais, políticas e muito alimento saudável vindo das áreas de reforma agrária de todo o Brasil, o Armazém do Campo, espaço de comercialização de alimentos saudáveis, completa um ano de existência e de aproximação entre a produção popular do campo e a cidade.
Para celebrar, está sendo preparada uma semana completa de atividades para aqueles que já acompanham o projeto e aqueles que desejam conhecer. As atividades têm início neste sábado (12) e vão até o próximo dia 19. Feirinha da reforma agrária, bate-papo sobre alimentação e produção saudável, música e oficinas farão parte da programação.
Desde que abriu suas portas, em agosto de 2016, a loja do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contou com a companhia de cerca de quatro mil pessoas mensalmente no número 499 da Alameda Eduardo Prado, no bairro Campos Elíseos, na região central da capital paulista, endereço do Armazém.
Segundo o coordenador do espaço, Ademar Paulo Ludwig Suptitz, as surpresas do contato com um público diverso, entre aqueles que já discutem a importância da produção agroecológica e aqueles que anseiam aprender, foram muito boas. "Até hoje, nós não tivemos nenhuma surpresa negativa. Todas os clientes que vieram sempre elogiaram, sempre gostaram e voltam a comprar mais vezes", conta.
Programação
A comemoração de um ano do espaço começa com um café da manhã orgânico acompanhado de Feirinha da Reforma Agrária na manhã deste sábado (12), das 9h às 12h. Às 15h, o Armazém contará com uma roda de samba.
A chef Bel Coelho estará no Armazém na terça-feira (15), às 19h, para fazer um bate papo sobre a importância de se ter uma alimentação saudável. Na quarta (16), é a vez de se discutir a importância da produção agroecológica. "As pessoas têm que se disciplinar e começar a comprar produtos saudáveis, por mais que pague um pouquinho mais caro, mas você está cuidando mais da sua saúde e no futuro economizará mais com remédio, com farmácia", comenta o integrante do Armazém sobre o significado dessas discussões.
Para tratar da luta pela soberania alimentar no país e as implicações que as desigualdades geram na vida da população, outra atividade da programação é a exibição do espetáculo "Fome.doc", novo projeto da Companhia Kiwi, na quinta-feira (17), às 19h. A peça faz parte do teatro documental e propõe o debate de que a questão alarmante da fome não é causada unicamente pela escassez de alimento, mas principalmente pela falta de políticas públicas.
A sexta-feira (18) de comemoração será marcada por música, e no sábado (19), dia que encerra as atividades, um grande almoço será preparado com opção para vegetarianos e não vegetarianos: um arroz carreteiro orgânico. O coordenador do Armazém deixa o convite:
"Mais uma vez queria agradecer todos os consumidores que passaram por aqui, que junto com nós construíram esse espaço e que voltem, quantas vezes quiserem, que vão encontrar produtos saudáveis e de qualidade vindos de assentamentos da reforma agrária, vindos de famílias que pertencem ao MST. Está todo mundo convidado para vir no sábado, dia 19, aproveitar a festa de um ano de Armazém do Campo."
O projeto
Segundo Ademar, foram quatro objetivos centrais que nortearam a construção do espaço. Fazer com que os consumidores tenham acesso aos produtos da reforma agrária vindos da produção dos assentamentos do MST e construir parcerias com pequenos agricultores e comunidades tradicionais que também produzam na agricultura familiar.
Vender produtos orgânicos, livres de agrotóxicos, e incentivar cada vez mais a produção agroecológica também está na base do projeto que constitui o Armazém do Campo. O local, que se tornou ponto de encontro nas noites de sexta-feira com apresentações culturais, também tenta resgatar a importância da arte e da cultura, com oficinas e apresentações. Mais de 100 artistas já apresentaram seu trabalho no Armazém, entre músicos, escritores e poetas. E o projeto deu certo.
"A intenção justamente de comemorarmos um ano é porque temos o que comemorar. Esses objetivos que eu falei no início têm sido alcançados", diz Suptitz.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque