Atualizada em 15/08, às 16h59
Quase dois anos após uma das maiores tragédias ambientais do país, vítimas ainda esperam resultado de processo, que está parado na Justiça. A denúncia da situação foi uma das motivações do ato que ocorreu nesta segunda-feira (14), em frente à 12ª Vara da Justiça Federal, em Belo Horizonte, onde cerca de 500 pessoas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestaram.
"O poder Judiciário brasileiro atua de forma completamente parcial em favor dos ricos, dos patrões e no caso do crime da Samarco as várias decisões judiciais e os vários acordos feitos no âmbito da Justiça tem favorecido especialmente as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton", diz Thiago Alves, do MAB, ao expôr a ineficiência da Justiça com os principais afetados da tragédia.
Ainda de acordo com Thiago, além dos processos ambientais e criminais suspensos, outras 70 mil ações na região do Rio Doce teriam sido suspensas pela Justiça.
A tragédia de Mariana ocorreu em novembro de 2015, quando a barragem da mineradora Samarco se rompeu e destruiu várias cidades da região, além de contaminar o solo e a água. Os dejetos da lama tóxica chegaram até o estado de Espírito Santo, deixando 19 mortos. As empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR e cerca de 20 pessoas envolvidas foram acusadas de crimes ambientais e homicídio.
"A Justiça teria que no mínimo ter se sensibilizado pelo fato de que morreram pessoas e não foi só o maior crime ambiental da história do Brasil mas, pessoas morreram e tá comprovado que a empresa sabia do risco de rompimento e assumiu esse risco. Isso está claro nas investigações da polícia", continua Thiago.
Em resposta à reportagem, a Justiça Federal esclareceu, por meio de nota, que "ambas as ações continuam em tramitação regular, sendo que a decisão de suspender o andamento de todos os processos conexos que envolvem o Caso Samarco já havia sido adota por ocasião da decisão que homologou o acordo preliminar, proferida em 16 de março de 2017".
Edição: Vanessa Martina Silva