A decisão foi divulgada nesta terça-feira (22). A ação é impetrada pelo advogado mineiro Guilherme da Cunha Andrade, que pede a revisão do valor de arremate ofertado pela outorga das usinas. O Tribunal Regional Federal (TRF) acatou o pedido e suspendeu o leilão, que estava previsto para o dia 27/09.
Outra vitória parcial na luta contra a privatização das usinas foi o adiamento do julgamento da liminar impetrada pela Cemig. Na ação, a estatal reclama a renovação automática das concessões das usinas de São Simão, Miranda e Jaguara. Nesta terça-feira (22), a decisão foi adiada. Movimentos populares e sindicais, que estão em jornada de lutas contra o leilão desde a última sexta-feira (18), comemoraram as decisões.
Vigília
Desde segunda-feira (21), trabalhadores da hidrelétrica de São Simão, na divisa de Minas com Goiás, estão em vigília dentro da usina. O protesto é contra a venda das quatro hidrelétricas mineiras: Jaguara, Miranda, Volta Grande e São Simão. As atividades na usina não estão paralisadas. No entanto, os trabalhadores afirmam que não vão abandonar o local, como explica Jefferson Silva, Presidente do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro).
“Os trabalhadores decidiram ocupar a usina até que esteja garantido o controle total da hidrelétrica sob a Cemig. Viemos dizer para Michel Temer que não vamos entregar as nossas usinas”, ressaltou a liderança.
Acampamento
Desde o último dia 19, mais de 200 pessoas, entre integrantes de movimentos sociais e sindicais, também estão acampadas na porta da hidrelétrica de São Simão. Elas pedem o cancelamento imediato do leilão das usinas e também exigem a redução da tarifa de energia, além da criação de um fundo social para Minas Gerais. Está prevista para esta sexta-feira (25) uma visita da Frente Mineira em Defesa das Usinas ao acampamento da Usina de São Simão.
“Não vamos arredar o pé. Hoje começam as visitas às usinas e nós vamos continuar acampados na hidrelétrica para dizer para os investidores que eles podem até comprar, mas não vão levar as nossa usinas” afirma Pablo Dias, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Jornada de Lutas
O ato dos eletricitários se soma a uma série de ações que têm sido feitas ao longo da semana em protesto contra o leilão. No dia 18 foi realizado um ato na usina de Miranda contra a privatização destas usinas. No começo da tarde desta segunda-feira (21), foi organizado um abraço à Cemig, simbolizando a luta pela proteção da estatal. Esta terça (22) os manifestantes fizeram um Encontro Contra a Privatização, na portaria da hidrelétrica de São Simão.
Edição: Joana Tavares