Maior empresa de produção e distribuição de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras pode ser privatizada. A intenção de venda de ações da estatal foi anunciada pelo governo federal nesta semana, e aprovada pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) – órgão criado por Michel Temer para estudar modelos de concessões e privatizações – nesta quarta-feira (23).
O governo espera arrecadar R$ 20 bilhões com a venda. A Eletrobras já tem suas ações na bolsa de valores, ou seja, é uma empresa de capital misto. O governo brasileiro detém grande parte dessas ações, cerca de 51%, que garantem a soberania do setor elétrico nacional. Com a aprovação da proposta, deve reduzir esse número para 47%.
Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Carlos Bittencourt, vender a Eletrobras é “entregar de bandeja um dos maiores patrimônios do povo brasileiro”, que não leva em consideração os interesses da maior parte da população. “O que justifica colocar nas mãos privadas, a um valor irrisório, uma empresa lucrativa e que garante a nossa soberania energética?”, questiona.
Pacote de privatizações
A venda de ações da Eletrobras é uma das medidas do pacote de 57 projetos de privatização e concessões anunciadas pelo governo federal. Deverão ser colocadas à disposição da iniciativa privada a administração de 14 aeroportos – entre eles o de Congonhas, segundo maior do país, 11lotes de linhas de transmissão e 15 terminais portuários.
Além disso, a Casa da Moeda, órgão responsável por fabricar as notas de real, selos postais, diplomas e passaportes brasileiros, também deve ser privatizada.
Gigante da energia
Com receita líquida anual de R$ 60,70 bilhões, a Eletrobras é responsável por um terço da energia elétrica consumida em todo o país. Ao todo, a empresa administra 47 hidrelétricas, 270 subestações de energia, seis distribuidoras e possui 70 mil quilômetros de linhas de transmissão. Essas linhas atendem 12 milhões de habitantes em seis estados.
Edição: Ednubia Ghisi