Crime

Jovens são espancados no Centro de BH, suspeita é homofobia

Eles foram cercados por três homens durante a madrugada de sábado (26)

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
O norte-americano Shane Landry, que teve diversas escoriações pelo corpo, publicou desabafo em rede social
O norte-americano Shane Landry, que teve diversas escoriações pelo corpo, publicou desabafo em rede social - Reprodução

Dois jovens foram espancados na madrugada do último sábado (26), na Av. Afonso Pena, Centro de Belo Horizonte. De acordo com relatos publicados nas redes sociais, Shane Landry (que é norte-americano) e um amigo foram abordados por três homens enquanto passavam pelo cruzamento da rua Espírito Santo. 

A princípio, eles acreditavam se tratar de um assalto, mas, como os agressores não levaram nenhum pertence pessoal, os indícios apontam para um crime de homofobia. "Eles perguntaram 'vocês estão rindo de quê?' e começaram a nos bater por nossa orientação sexual", contou Shane, que foi vítima de vários chutes, socos e outros golpes. 

Um boletim de ocorrência foi realizado e, de acordo com a Polícia Civil, a investigação está em andamento.

Shane Landry publicou um desabafo sobre o incidente em sua página no Facebook. O texto chega a quase duas mil curtidas e mais de 400 compartilhamentos. Leia, na íntegra:

"Isso é a cara de ódio. Isso é a cara de homofobia. Isso é a cara de inação societal.
Ontem, à noite, eu e um amigo estavam caminhando pelo Centro de Belo Horizonte, voltando do Pajubar. Na esquina da Espírito Santo com Afonso Pena fomos abordados por 3 moços no pleno Centro. A gente tentou de correr mas não conseguimos, e eles começaram de bater na gente na meia da Afonso Pena. Vários carros pararam, mas ninguém saiu para ajudar a gente. Depois de um tempo - realmente não sei exatamente quanto tempo foi - e com cada vez mais carros parando enfrente desta cena horrorosa, eles pararam de nos atacar e foram embora. A gente, assustado e machucado, mas vivos, foi para casa.
Nunca imaginei que ia sofrer da violência homofóbica na minha vida, e muito menos no pleno Centro de Belo Horizonte, apenas 15 minutos da minha casa.
Mas tivemos sorte. Estamos vivos. Não pode dizer o mesmo pelas 343 pessoas LGBTs (um número BEM subestimado) que, segundo as estatísticas oficiais, foram matados no Brasil em 2016 simplesmente por ser pessoas LGBT.
A homofobia mata, o machismo mata, a heteronormatividade mata. Se você veja algo ou escute algo, faz algo, fala algo. Ontem nós dois fomos as vítimas, mas amanhã pode ser você, um dos seus amigos, ou um familiar seu.
Silêncio = Morte"
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Edição: Joana Tavares