O simples ato de pegar um táxi ou Uber sozinha é fator de medo para muitas mulheres. Histórias de abusos e violências ocorridas no trajeto não são raras e têm repercutido cada vez mais nas redes sociais.
O caso mais recente e que ganhou projeção nacional foi o da escritora gaúcha Clara Averbuck, estuprada pelo motorista da Uber no último final de semana, em São Paulo.
"Em vez de ficar em posição fetal com vontade de limpar minhas partes íntimas com cloro, me juntei com outras mulheres maravilhosas", afirmou Clara, em depoimento enviado à Revista Claudia. Dessa ação, surgiu a campanha #MeuMotoristaAbusador" e #MeuMotoristaAssediador.
A ideia é que outras mulheres, vítimas de estupros e abusos, relatem o ocorrido em serviços de transporte, como Uber, táxi ou qualquer outro e se juntem em uma rede de solidariedade.
De acordo com Clara, trata-se de um "esforço coletivo para que as vítimas de abusos não tenham vergonha de denunciar: a culpa não é sua, mulher. A culpa é de um sistema que nos vitimiza. A culpa é de quem acha que a mulher que não vive em uma bolha de castidade merece ser violada".
Em nota, a Uber disse que "repudia qualquer tipo de violência contra mulheres" e que "o motorista parceiro foi banido", além de dizer que estão "à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações".
Veja alguns relatos que estão sendo compartilhados nas redes sociais:
#MeuMotoristaAbusador era taxista de confiança da firma. Na viagem de 4h, o cara ia a 40km fazendo perguntas invasivas e insinuações sexuais— Danielle Pereira (@daniellepereira) 30 de agosto de 2017
Perguntou se eu namorada, perguntou se eu morava onde me buscou, se eu morava sozinha e que horas costumava chegar. #MeuMotoristaAbusador— Ná (@natalyneri) 30 de agosto de 2017
Depois da facul aceitei carona do noivo da colega pq perdi o ônibus. Ele disse só destravar a porta se o beijasse. #MeuMotoristaAbusador— Luiza Vieira (@luhvieira) 30 de agosto de 2017
#meumotoristaabusador toda vez que leio sobre estupro, uma parte de mim parece morrer um pouco, vem aquela sensaçao do podia ser eu...— carla (@nane1042) 28 de agosto de 2017
#MeuMotoristaAbusador era o motorista do ônibus escolar municipal e não fui a única vítima— suila (@suu_camargos) 30 de agosto de 2017
Edição: Vanessa Martina Silva