O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse, nesta segunda-feira (11) em Pernambuco, que não vai desvincular a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) da Eletrobrás.
O mesmo vale para qualquer outra subsidiária ligada à empresa estatal.O pedido foi feito na semana passada pelos governadores do Nordeste, em carta enviada ao presidente Michel Temer para evitar que a Chesf fosse privatizada junto com a Eletrobrás.
Coelho Filho afirmou que a Chesf não vem conseguindo terminar suas obras. De acordo com a Aneel, 90% das 82 obras de empreendimentos de transmissão de energia da Chesf estão atrasadas.
“Dar mais eficiência à Chesf... Do maior número de obras com atraso na Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a maior participação é da Chesf, pela falta de capacidade financeira que a empresa tem hoje”, disse.
A Chesf produz energia principalmente a partir de hidrelétricas instaladas no rio São Francisco. Ela gera energia para mais de 80% dos municípios nordestinos. Suas usinas estão entre as “cotizadas” pelo governo federal em 2012. A política faz com que as hidrelétricas vendam energia às distribuidoras por um preço fixo, determinado pela Aneel, ao contrário de firmarem preços conforme o mercado e as realidades das instituições.
Por usar água do São Francisco para gerar energia, o valor estratégico e a importância ambiental do rio são argumentos usados pelos governadores do Nordeste também pela Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, do Congresso Nacional, para criticar a privatização da Companhia.
O ministro de Minas e Energia disse estar aberto à discussão, mas discordou da carta dos governadores do Nordeste.
“A carta que recebemos dos governadores do Nordeste, nós lemos e estamos abertos para fazer a discussão daqueles que querem contribuir. Entendo o posicionamento político daqueles que querem se colocar contrários e respeito a posição, agora sinceramente estamos em um novo momento que o Brasil está vivendo e a população não pode mais estar pagando por certas ineficiências”, afirmou.
O ministro também informou que o modelo de privatização da Chesf deve incluir a obrigação de destinar parte dos recursos gerados com a atividade econômica para a revitalização do do Rio São Francisco. As regras do processo de privatização da Eletrobrás ainda estão em definição pelo governo federal.
A expectativa do Ministério de Minas e Energia, segundo o Fernando Coelho Filho, é que o modelo seja apresentado ainda em setembro.
Edição: Radioagência Nacional