Durante aula pública realizada nesta quarta-feira (13), em Curitiba (PR), ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, expressou seu desapontamento em relação ao modo como as investigações da operação Lava Jato vem sendo conduzidas. “Não se precisa provar nada, basta convencer, a Justiça não anda bem nesse país¨, desabafou.
Para Aragão, o processo movido contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demostrou que a luta de classes ficou "escancarada" no país. "Esse processo visa um retrocesso político institucional no país. Já ficou claro o retrocesso nefasto desse processo sobre os nossos empregos, sobre nossa soberania", comentou.
O ex-ministro fez referência ao fato da operação Lava Jato ter contribuído com o desmonte da indústria nacional, aumento a taxa de desemprego no país. "Esses juízes e promotores, que vivem em sua redoma social, não sabem o que causaram a milhares de brasileiros. Esse processo é para voltarmos a década de 1970". Consultoras independentes já estimaram que a Lava Jato custará mais de R$ 140 bilhões à economia brasileira.
Sobre a parcialidade com que Lula vem sendo tratado pelo Poder Judiciário, Aragão destacou que é preciso "exigir que a Justiça volte a se dar ao respeito e volte a se decidir pelas provas e se submeta à letra da lei. Um juiz que é acusador ao mesmo tempo não é imparcial, é partidário, e não podemos tolerar isso. Uma sociedade democrática precisa que seu Poder Judiciário garanta um julgamento justo para as pessoas".
O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro terminou no final da tarde desta quarta, e durou cerca de 2h30. Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e é a segunda fez que vai ao Paraná para prestar esclarecimentos sobre o caso. Manifestações de apoio ao ex-presidente ocorrem na praça Generoso Marques, no centro da capital paranaense, onde centenas de pessoas marcam presença e prestaram solidariedade ao ex-presidente.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque