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Caso Protógenes Queiroz: silêncio depõe contra instância máxima da justiça

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Delegado e ex-deputado federal Protógenes Queiroz se encontra exilado na Suíça
Delegado e ex-deputado federal Protógenes Queiroz se encontra exilado na Suíça - Agência Brasil
Pedido de Queiroz no Supremo para retornar à Polícia Federal corre na surdina

O  delegado e ex-deputado federal Protógenes Queiroz se encontra exilado na Suíça, enquanto o banqueiro Daniel Dantas, que estava sendo investigado pela Polícia Federal, segue por aí, agora fora o noticiário da mídia comercial. Protógenes ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicando o retorno aos quadros da Polícia Federal, de onde foi excluído por ser acusado, claro que injustamente, de ter cometido ilegalidades na condução das investigações para apurar delitos cometidos pelo banqueiro Daniel Dantas, que conseguiu regalias concedidas pelo Ministro Gilmar Mendes. Era o tempo da chamada operação Sathiagraha.

Para se ter uma ideia do que está acontecendo neste momento, o pedido de Queiroz no STF para retornar à Polícia Federal corre na instancia máxima da justiça brasileira na maior surdina. Não só a opinião pública desconhece o fato, já que a mídia comercial conservadora nada informa, como também paira o silêncio total e absoluto no próprio STF. Fica parecendo que nada acontece sobre o tema por lá. Resta saber o motivo.

Na verdade, a falta de informação sobre a ação de Protógenes Queiroz é um sinal dos tempos que o país atravessa. Daniel Dantas segue por aí, sem se saber exatamente o que está fazendo ou se segue aprontando contra a nação brasileira, mas Protógenes Queiroz é vítima de uma injustiça e quando tenta apelar na justiça,  prevalece o silêncio comprometedor.

E a única forma de reverter tal situação é os espaços alternativos informarem e ocorrer alguma mobilização exigindo que o julgamento no STF seja conhecido. Afinal de contas, tudo o que tem acontecido na referida instância judicial tem sido divulgado constantemente e no maior estardalhaço midiático. Mas então, qual é o motivo da ação de Protógenes pedindo a reintegração aos quadros da Polícia Federal seja mantida em silêncio?

Por que será que o tema, da maior importância, não sensibiliza os pauteiros dos mais diversos espaços midiáticos? O que não se pode aceitar é que alguém que comandou uma operação de investigação sobre um banqueiro seja obrigado a sair do país e ter o pedido de reintegração nos quadros da Polícia Federal se tornar praticamente clandestino?

Qual dos Ministros, quem sabe a presidenta do STF, Carmen Lúcia, poderia responder essa dúvida, pois o silêncio na prática depõe contra  própria instância máxima da justiça brasileira? E em termos jornalísticos, porque não uma retrospectiva sobre Daniel Dantas e o que anda fazendo depois que conseguiu sair da enrascada em que se encontrava? Em outras palavras:  que vem fazendo hoje o banqueiro que conseguiu se livrar de um ação  no STF sobretudo graças ao Ministro Gilmar Mendes? O que teria a dizer o próprio Mendes e, de quebra, algum correspondente ouvir o que tem a dizer o injustiçado Protógenes Queiroz?

O que não se pode aceitar é a continuidade do estranho e comprometedor silêncio atual.

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