Uma área improdutiva de cerca de 1000 hectares foi ocupada na madrugada deste sábado (23), por mais de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra no município de Unaí (MG).
Segundo a direção do movimento, a área ocupada conhecida como fazenda Campinas, está sendo utilizada para especulação “na perspectiva de garantir um aumento considerável do valor do hectare de terra na região”. A área é propriedade do Banco da Terra.
"A região do noroeste de Minas Gerais apresenta uma infinidade de áreas griladas, improdutivas e comprovadamente devolutas. Elas ficam nas mãos da máfia da grilagem e de invasões irregulares por parte de grupos econômicos instalados na região, tendo em vista que esse território é central para os interesses do agronegócio produtor de feijão convencional, envenenado, e ainda uma região com alto índice de exploração do trabalho, em condições de bóias frias ou mesmo análogo a escravidão", denunciou Marco Baratto, integrante da direção nacional do MST no DF e Entorno (DFE).
Na região existem mais de 500 famílias acampadas em condições precárias, segundo o dirigente regional do MST – DFE, Márcio Silva. Silva conta ainda que “os assentamentos dessa região são os maiores produtores de leite do estado, no entanto as cooperativas ligadas ao agronegócio hegemonizam a comercialização e distribuição, pagando baixos valores aos produtores assentados".
O movimento denuncia que muitas famílias sem-terra na região vivem sob processos de reintegração de posse constante. O MST ressalta que as políticas de Reforma Agrária permitiriam, dar continuidade à produção de alimentos sem agrotóxicos que abastece os pequenos centros urbanos da região.
Edição: Mauro Ramos