Quando as Olimpíadas do Rio acabaram, escrevi que a política esportiva do PT estava ameaçada pelo golpe de Estado. Esta semana, a proposta para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018, enviada pelo governo federal à Câmara dos Deputados, se aprovada, confirmará a aniquilação dessa política e a redução do Ministério do Esporte a pó.
Segundo a proposta, o caixa do Ministério cairá 87% em relação a 2017! Isto é, se o orçamento do esporte foi de R$ 1,245 bilhões este ano, no próximo despencará para R$ 220 milhões. O Bolsa Atleta, seu principal programa esportivo, terá R$ 70 milhões disponíveis em 2018, contra R$ 125 milhões deste ano. De fato, todas as rubricas referentes ao esporte de alto rendimento sofrerão cortes drásticos. Exemplos: se a LOA de 2017 disponibilizou R$ 60 milhões para a implantação de infraestrutura esportiva, ano que vem somente R$ 13 milhões poderão ser gastos; a sofisticada “Rede Nacional de Treinamento” terá seu orçamento minguado de R$ 100 milhões em 2017 para R$ 20 milhões em 2018.
Mas o maior golpe foi no estímulo à prática esportiva de lazer. A rubrica que promove melhorias nas instalações esportivas públicas ficará anêmica: de R$ 462 milhões em 2017, seu caixa terá ínfimos R$ 7 milhões em 2018.
A conclusão é que a política esportiva do golpe de Estado ataca atletas de alto rendimento, mas também visa propiciar uma vida muito pior ao povo brasileiro.
Edição: Wallace Oliveira