Quilombolas, sertanejos, indígenas, quebradeiras de coco, camponeses, extrativistas, ribeirinhos, pescadores, brejeiros, raizeiros. O Encontro dos Povos e Comunidades do Cerrado vai reunir, do dia 27 a 30 de setembro, toda a diversidade das populações do cerrado na cidade de Balsas, interior do estado do Maranhão.
O objetivo do encontro é destacar a importância do bioma, que ocupa um quarto da extensão territorial do Brasil, e que está ameaçado pelo agronegócio. Entre agosto de 2013 a julho de 2015, o ritmo de desmatamento do cerrado foi cinco vezes mais rápido que na Amazônia: 1,9 milhão de hectares devastados.
A escolha do município de Balsas é simbólica: a cidade é responsável por 10% da produção nacional de soja e também é considerada a sede da região de Matopiba, que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — a área tem recebido diversos incentivos do governo para a expansão da fronteira agrícola.
O encontro vai ressaltar também a pluralidade dos povos do cerrado, com espaços para troca de experiências das comunidades.
No último dia do evento, as entidades organizam a primeira edição da Romaria Nacional do Cerrado.
A romaria é uma iniciativa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em conjunto com outras entidades como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cáritas, Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), e outros. As entidades esperam ao menos 700 pessoas.
Edição: Simone Freire