Adiado

TJ-SP adia julgamento de recurso do caso do fotógrafo Sérgio Silva

Em 2013, Silva foi atingido por bala de borracha durante ação da PM no protesto contra o aumento da passagem

Brasil de Fato|São Paulo (SP) |
Fotógrafo Sérgio Silva perdeu o olho esquerdo, seu instrumento de trabalho, em decorrência da ação da PM
Fotógrafo Sérgio Silva perdeu o olho esquerdo, seu instrumento de trabalho, em decorrência da ação da PM - Facebook Sérgio Silva/ Arquivo pessoal

O julgamento do recurso do caso do fotógrafo Sérgio Silva foi adiado pela 9ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na manhã desta quarta-feira (27).

O desembargador-relator do caso, Rebouças de Carvalho, pediu adiamento do processo, agora sem previsão de uma nova data para acontecer.

O fotógrafo recorreu da primeira decisão da Justiça que considerou que foi “culpa exclusiva do autor” o fato dele ter perdido um olho pelo impacto da bala de borracha em seu rosto. O projétil, disparado pela polícia militar, custou a Silva a sua visão esquerda. Ele estava trabalhando, fazendo a cobertura fotográfica do ato.

Silva acionou a Justiça para que o governo do Estado fosse responsabilizado pelo ocorrido. Em primeira instância, o pedido do profissional foi negado.

Segundo testemunhas que estavam na audiência desta quarta, o juiz alegou a necessidade de reler o processo antes de julgar. Amigos e parentes acreditam que a pressão da opinião pública e a quantidade de pessoas presentes teriam pressionado o relator do caso.

Sérgio organizou um abaixo-assinado online onde pede a revisão da decisão de primeira instância que já conta com mais de 73 mil assinatura.

No texto que apresenta o abaixo-assinado, Silva desabafa dizendo que "antes de ser 'o fotógrafo que perdeu o olho', sou um ser humano mutilado pela Polícia Militar. O órgão que perdi não era essencial apenas para minha profissão: era essencial para minha vida".

O fotógrafo pede ao Estado uma indenização no valor de R$ 1,2 milhão por danos morais, estéticos e materiais, além de uma pensão mensal de R$ 2,3 mil. 

Edição: Vanessa Martina Silva