Senadores e deputados federais de vários estados brasileiros lançaram nesta segunda-feira (2), no Rio de Janeiro, uma Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.
A organização critica os interesses particulares que têm conduzido o governo golpista de Michel Temer (PMDB) a vender algumas das maiores riquezas Brasil, entre elas, a Eletrobrás e os campos de exploração de petróleo da Petrobras.
Roberto Requião (PMDB-PR), é o presidente da frente parlamentar. Segundo ele, a defesa da soberania nacional é um denominador comum e matéria-prima contra o governo Temer.
"Essa gente está vendendo a usina para multinacionais, e elas vão amortizar novamente o valor que pagaram, aumentando de forma brutal a tarifa e entregando o controle da água dos rios, o controle de irrigação nas margens, na mão de multinacionais e de interesses estrangeiros", disse.
A Frente em Defesa da Soberania Nacional também lançou um abaixo assinado. No documento, seus membros pedem atenção dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo; bem como de outros países pelo mundo, para a massiva desaprovação da população brasileira diante do governo golpista e seus projetos que visam as privatizações dos bens nacionais. Além disso, a frente também pretende convocar um plebiscito para que a população opine se concorda ou não com as privatizações.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB - RJ), que integra a frente, reiterou a importância da iniciativa. "Vários parlamentares participam dessa batalha que é a defesa do Brasil, do Brasil altivo, soberano, democrático e que defende os direitos, defende esse patrimônio construído por centenas de milhares de mãos, da inteligência brasileira, pela tecnologia brasileira, pela engenharia brasileira, pelo povo brasileiro e que está sendo liquidado por esse governo que não tem legitimidade, não tem voto e segue a orientação das grandes potências para destruir o que nós construímos", disse.
Após o lançamento da Frente, os parlamentares participaram de atividades do 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Robson Formica, coordenador nacional do movimento, destacou que a defesa da soberania alimentar é a grande pauta da classe trabalhadora atualmente e, por isso, também é tema do encontro dos atingidos.
“Nos próximos períodos, nós vamos ter que cada vez mais ampliar, unificar e trazer setores para essa luta que é estratégica, se a gente quer retomar o processo de garantia de direitos, de avanço de desenvolvimento social e econômico com participação popular", disse.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também esteve presente no encontro. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele também falou sobre o assunto. “O que está em jogo na verdade é a soberania nacional. É a nossa água, é nossa floresta, é a nossa energia, é o nosso petróleo, é tudo que um país tem, a começar pela soberania alimentar. Nós tinhamos conseguido sair do mapa da fome e voltamos outra vez porque a energia principal que nós precisamos cuidar é a energia humana, a energia física”, pontuou.
O encontro do MAB se estenderá até o dia 5 de outubro, com uma série de atividades que chamam a atenção da população e dos militantes do Movimento para os ataques do governo golpistas aos direitos e aos bens da povo brasileiro.
Edição: Simone Freire