Nesta terça-feira (3), data do aniversário de 64 anos da Petrobras, petroleiros e petroquímicos do Paraná iniciaram pela manhã os protestos contra a privatização da empresa e de estatais de outros setores, ameaçadas por um pacote de 57 projetos de desestatização do governo de Michel Temer (PMDB).
Os trabalhadores organizaram atos em frente à Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) e à Refinaria Presidente Getúlio Vargas, localizadas uma ao lado da outra em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. A partir das 17h, uma aula pública sobre o mesmo tema ocorreu no Centro da capital paranaense, mobilizada pela Frente Brasil Popular. Uma edição impressa especial do jornal Brasil de Fato sobre as privatizações foi distribuída para a população.
As ação integraram o Dia Nacional de Luta em Defesa das Estatais, cuja maior iniciativa ocorreu no Rio de Janeiro, em um ato realizado no final da tarde com a presença do ex-presidente Lula.
Sérgio Monteiro, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), garante que, caso seja efetivada a privatização da Fafen, como anunciado pelo governo federal, o Brasil ficará ainda mais dependente de importações para atender à demanda de fertilizantes agrícolas. "A gente precisa se mobilizar contra isso. Não é uma venda de ativos, é uma doação de ativo para capitais financeiros", aponta.
Logo ao lado da Fafen, ainda em Araucária, os funcionários da Repar ligados ao Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) fizeram um ato e uma assembleia em que recusaram a proposta da direção da empresa, que rebaixa itens de pauta, e aprovaram estado de greve da categoria.
Já a aula pública também ocorreu em um local escolhido para relembra os problemas da privatização: na Rua XV de Novembro, esquina com a rua Monsenhor Celso, em frente a uma agência do banco Itaú, comprador do antigo Banco do Estado do Paraná (Banestado), que foi vendido sob muitos protestos sociais no ano 2000. Na época, 8500 pessoas ficaram sem emprego.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Correio do Paraná (SintCom), Marco Rogério Inocêncio, conhecido como China, explicou que os funcionários dos Correios já chegam ao 14º dias em greve para evitar a retirada dos direitos já conquistados e em defesa da manutenção da empresa como pública.
Em recente anúncio de reestruturação, a direção dos Correios garantiu o fechamento de 2.500 agências. "Os mais afetados serão aqueles que precisam do atendimento do banco postal, aquele aposentado que tem conta no Banco no Brasil ou da Caixa. A sociedade vai sentir realmente", aponta China, garantindo que trata-se de manobras da gestão para empurrar a empresa para a privatização.
Edição: Franciele Petry Schramm