Nesta segunda-feira (2), o juiz Miguel Jurado, do Supremo Tribunal Federal do Equador, ordenou a prisão preventiva, o bloqueio dos bens e das contas do vice-presidente do país, Jorge Glas, e a prisão preventiva do tio do vice-presidente, Ricardo Rivera, que estava em prisão domiciliar. A sentença foi realizada a partir do pedido do Procurador Geral do Estado, Carlos Baca.
O vice-presidente, segundo a Constituição do Equador, tem duas funções básicas: substituir o presidente e executar as tarefas delegadas por este. Jorge Glas, que assumiu o cargo como parte da aliança que venceu a eleição do dia 24 de maio de 2017, teve suas funções suspensas pelo presidente Lenin Moreno no dia 3 de agosto de 2017, quando veio a público a investigação da Procuradoria-Geral sobre o possível desvio de verbas públicas cometido por Glas.
A acusação se baseia em um relatório da Controladoria-Geral da União que indica possíveis desvios cometidos pelo vice-presidente, por outros servidores públicos e empresários, na concessão de um campo de petróleo. A esta acusação soma-se outras evidências, de contratos de obra em outros projetos que apontam potenciais crimes de associação ilícita, suborno e extorsão.
No dia 1 de agosto, o jornal O Globo publicou dois áudios retirados de uma conversa entre o ex-controlador-geral Carlos Pólit e Jorge Glass, em um suposto caso de suborno. Os áudios fazem parte da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht, José Conceição Santos, no marco da operação Lava Jato.
Por unanimidade, os 128 deputados presentes na sessão de dia 25 de agosto na plenária do Congresso Nacional autorizaram a investigação do vice-presidente depois do pedido do Supremo Tribunal Federal apoiado na investigação da Procuradoria.
A vice-presidenta María Alejandra Vicuña foi nomeada através de um decreto presidencial nesta quarta-feira (4), “durante a ausência temporária do engenheiro Jorge Glas Espinel”, do partido do governo Alianza País e atual ministra de Desenvolvimento Urbano e Moradia.
O vice-presidente, que nega as acusações, permanece detido na penitenciária 4 em Quito, capital do Equador, desde segunda-feira à noite.
Edição: Simone Freire