Fortalecer a unidade entre as organizações populares e colocar os meios de comunicação a serviço do povo são tarefas urgentes no cenário de golpe à democracia que vive o Brasil. Estas são as ações centrais defendidas por comunicadoras e comunicadores populares que estiveram reunidos em Caruaru, no agreste pernambucano, na última semana.
O Encontro de Comunicação Popular do Nordeste reuniu mais de vinte entidades entre movimentos populares, pastorais sociais e coletivos de comunicação entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro no Centro de Formação Paulo Freire. Cerca de 120 pessoas participaram do encontro, organizado pelo Brasil de Fato, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Centro Popular de Mídias.
O objetivo foi promover o debate sobre a conjuntura política do país e o papel que a comunicação popular tem nesse cenário. Após o encontro, foi realizado o Curso Popular de Rádio, com oficinas e trocas de experiências entre os diferentes coletivos.
Ao final do evento, foi lançada a "Carta de Comunicadoras e Comunicadores Populares do Nordeste". O texto repudia a retirada de direitos intensificada com o governo golpista de Michel Temer (PMDB). Para somar forças contra as ações de desmonte, as entidades afirmam que é necessário fortalecer a elaboração e a circulação conjunta de conteúdos das mídias populares.
O combate ao oligopólio dos meios de comunicação no Brasil é apontado como necessidade urgente. Os comunicadores defendem que o rádio é a plataforma mais democrática de comunicação, chegando a regiões onde outros meios não estão presentes, como assentamentos e pequenas comunidades dispersas nas diferentes regiões do país.
Os comunicadores propõem ainda a construção de encontros e cursos de comunicação popular em outras regiões do Brasil.
Edição: Simone Freire