Mais de 1,5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em Porto Alegre (RS), contra o Orçamento de 2018 para a Reforma Agrária, desde as 6h30 desta terça-feira.
A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, e pretende denunciar o desmonte das políticas da Reforma Agrária e exigir do governo federal a recomposição do Orçamento de 2018.
A proposta de orçamento de 2018 foi enviada por Temer ao Congresso Nacional em agosto. A votação deve ocorrer em dezembro.
Em comparação com 2017, a proposta de orçamento de 2018 para a obtenção de terras sofreu um corte de 86,7%, passando de R$ 257 milhões para cerca de R$ 34 milhões.
Para Silvia Reis Marques, dirigente nacional do MST- RS, se aprovada, a proposta do governo golpista de Michel Temer do PMDB terá impactos irreparáveis para o campo e a cidade, podendo piorar ainda mais a situação atual de escassez de políticas públicas para os trabalhadores rurais.
"Não tem orçamento pra compra de terras, não tem nem política de desapropriação de terra para que as famílias possam ter a terra para produzir alimentos. E as famílias que estão assentadas, que tem o seu quinhão de terra não conseguem produzir para poder abastecer com alimentos saudáveis a população brasileira", afirma Silvia.
A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária começou no último domingo com a ocupação de um latifúndio improdutivo no município goiano de Cocalzinho. Até o final desta segunda-feira foram cerca de dez mil pessoas mobilizadas nos estados de Mato Grosso, Goiás, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Tocantins, Ceará e Paraíba, além do Distrito Federal, em ocupações de unidades do Incra e fazendas improdutivas.
Ildo Pereira, dirigente nacional do MST no Rio Grande do Sul, comenta os objetivos da jornada.
"Nós estamos mobilizados em mais de 18 estados em defesa da Reforma Agrária, e além de querermos redirecionar o orçamento para a Reforma Agrária para a questão da habitação,
Na madrugada de hoje o Ministério do Planejamento, em Brasília, foi ocupado. Ao longo desta semana, diversas outras ações serão realizadas em todo o país para denunciar a retirada de direitos e exigir a continuidade da política de Reforma Agrária e a recomposição orçamentária.
*Com informações de Catiana de Medeiros.
Edição: Mauro Ramos