O senador Roberto Requião (PMDB-PR) esteve em Curitiba na noite desta quinta-feira (19), em atividade da Jornada de Lutas em defesa das empresas públicas, organizada em âmbito nacional pela Frente Brasil Popular. O parlamentar discursou para uma plateia de aproximadamente mil pessoas, em especial agricultores integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que estiverem na capital paranaense desde o dia 17, em ações da Jornada. Requião dividiu a mesa com Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria Geral do governo Lula, Regina Cruz, presidenta da CUT-PR, Roberto Baggio, da coordenação estadual do MST.
Requião defendeu a convocação um referendo revogatório que reverta a entrega do patrimônio nacional realizada pelo governo golpista de Temer (PMDB). Ele preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, que conta com adesão de cerca de 200 deputados federais e 18 senadores. Porém, o olhar do político paranaense não está preocupado com o Congresso desgastado que, nas palavras dele, “proíbe a investigação de Temer e de seus ministros mesmo com tantas evidências de irregularidades”. A preocupação, na realidade, é gerar “povo mobilizado” e “levantar a consciência do país”, afirma o parlamentar.
A Frente critica ainda, de acordo com o manifesto de lançamento, as propostas de Temer para liberar a venda de terras para estrangeiros; a internacionalização dos serviços públicos essenciais, como saúde e educação; a abertura do país ao oligopólio internacional de sementes e insumos agrícolas; e o retorno do governo brasileiro a uma política externa submissa.
Segundo o parlamentar, a articulação tem enviado cartas a governos de outros países e empresas transnacionais alertando que a venda de patrimônio nacional é ilegítima e não conta com apoio do povo brasileiro.
Requião não vê, por exemplo, justificativa de leilão de poços de petróleo explorados pela Petrobras “se a cada 10 poços furados, oito tem petróleo e o custo de extração está em apenas 7 dólares o barril”.
Ele citou Portugal como exemplo de país que adotou investimentos nos setores de produção como saída para a crise econômica e para a retomada do desenvolvimento naquele país. O governo português fez, com isso, a escolha oposta à maioria dos países europeus que, de acordo com Requião, investiram no chamado “capital financeiro” dos bancos, política que não gera empregos.
Edição: Ednubia Ghisi