Um grupo de pesquisadores que compõe o Observatório de Políticas Públicas (OPP) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, publicou uma nota em defesa da universidade pública, gratuita, autônoma e de qualidade. Segundo os pesquisadores, o país vive um grave momento de crise, agravado pela retirada de direitos e de desmonte do sistema universitário público.
A nota denuncia a política econômica do governo federal, como a Emenda Constitucional 95/2016, que impõe o “teto dos gastos públicos”. Conforme o texto, essa emenda é uma política de ajuste fiscal que tem deixado a gestão pública de mãos atadas, além de distribuir seus efeitos maléficos por toda a estrutura governamental.
O grupo considera ainda como preocupantes os recentes episódios de exoneração do professor Naomar de Almeida Filho, reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia, e o suicídio do professor
Luiz Carlos Cancellier, ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. “O Ministério Público Federal e a própria imprensa vêm suprimindo a autonomia universitária e culpabilizando o agente público pelo simples fato de estar no exercício de funções públicas, não encontrou espaço para a defesa, o amplo contraditório e, principalmente, para o diálogo”, destaca a nota.
“Nós entendemos que a universidade está vivendo um cerco, em relação sua autonomia, sua capacidade e desejo de ampliar a democratização do acesso e da permanência. Diante dos ataques constantes, é preciso que os conselhos universitários se manifestem. Existe uma ausência grande de reação da comunidade universitária e o que a gente quer é instigar essa reação”, destaca Leonardo Barbosa e Silva, que é professor da UFU e compõe o OPP.
Confira a nota completa aqui.
O Observatório de Políticas Públicas
O OPP é um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia, cujo objetivo é produzir estudos sobre políticas públicas de quaisquer naturezas nas esferas municipal, estadual e federal. Além disso, promovem análises, estudos e dados para que subsidiar governos, partidos políticos, sindicatos e movimentos populares.
O grupo, atualmente, estuda a política de assistência estudantil da UFU e pretende produzir uma metodologia de pesquisa que será proposta para todas as universidades públicas do país. “O intuito é avaliar se as políticas de assistência estudantil vêm ou não cumprindo seu papel, garantindo o estudo de qualidade e a permanência desses estudantes”, complementa Leonardo.
Edição: Larissa Costa