É rotina esse tipo de ação contra a população nos mais diversos bairros do Rio
É por demais lamentável o assassinato pela Polícia Militar de uma turista espanhol na Rocinha. Prevalece na corporação a covardia de atirar antes de mais nada, inclusive sem a identificação das pessoas. É rotina esse tipo de ação covarde contra a população nos mais diversos bairros pobres do Rio de Janeiro. A covardia que resultou na morte da turista deve servir de alerta sobre o que faz rotineiramente a Polícia Militar, mas sem alarde porque as vítimas são pobres.
Como desta vez a morta foi uma turista estrangeira, a gritaria ecoa por aqui e no exterior, mas quando a vítima é um morador de algum bairro pobre, o silêncio da mídia comercial conservadora é notório e na prática estimula esse tipo de ação covarde. É preciso inclusive que o decorativo Ministro da Defesa, Raul Jungmann aprenda alguma coisa com a tragédia e das próximas vezes pense duas vezes para não repetir o papo senso comum que costuma dizer, quando contingentes das Forças Armadas são convocadas para agir em conjunto com a PM, como tem acontecido no Rio de Janeiro. Um papo destinado a agradar setores da classe média amortecidos pela mídia comercial conservadora
Se soldados e oficiais agem como agem, ou seja, atirando antes de qualquer identificação, é urgente checar de onde vem essa ordem. Não adianta afirmar apenas que a legislação estabelece que no caso ocorrido com o assassinato da turista espanhola ou de qualquer outra pessoa a ordem não é atirar, mas seguir o veículo que supostamente, segundo alega a PM, não obedeceu a ordem de parar. Quantos casos semelhantes já ocorreram por este Rio de Janeiro sem que a maioria da população fosse informada?
Se o tiro é dado, antes de qualquer coisa, geralmente a culpa vem dos altos escalões, porque os contingentes militares não vão agira por conta própria. Há geralmente uma ordem nesse sentido, mesmo sendo ela apenas conhecida pela corporação, independente do que estabelece a lei. Como o caso da turista espanhola teve grande repercussão, as justificativas apresentadas são imediatas, mas quando a vítima é pobre, negra e favelada, não se fala nada.
Diante da falência do setor de segurança do Estado do Rio de Janeiro e o retrocesso social que o Brasil está sendo vítima pelo projeto Temer & Meirelles, ou seja, do capital financeiro, é preciso reformular toda a ação policial que está sendo feito nos bairros pobres da cidade, porque se nada for feito nesse sentido, qualquer dia a população estará lamentando um novo assassinato.
A tarefa pode não ser fácil, mas é também uma questão de vontade política realizar essa reformulação que é mais do que urgente. Isto é, já deveria ter sido feita e se fosse hoje não estaríamos lamentando a morte de uma inocente e de outras vítimas da truculência policial.
Edição: Vivian Virissimo